Cenário otimista para ativos de renda variável, impulsionado pelo mercado e investidor, com foco em títulos de dívidas e curva de juros, além de despesas operacionais.
A ação da Azul é a principal destaque entre as altas do Ibovespa na manhã desta sexta-feira (13), após um período de pressão devido a rumores de que a companhia poderia entrar com pedido de recuperação judicial pelo dispositivo da lei americana, o Chapter 11.
Essa mudança de cenário reflete a confiança dos investidores na ação da Azul, que agora lidera as altas do índice. Além disso, os papéis da empresa também estão sendo negociados com mais intensidade, o que pode indicar um aumento na demanda por ativos da companhia. A ação da Azul é um exemplo de como as ações podem mudar rapidamente no mercado. Agora, os investidores estão mais otimistas em relação ao futuro da empresa.
Ação em alta: Azul sobe 18,8% às 12h10
A ação da Azul decolou 18,8% às 12h10, alcançando o valor de R$ 4,80. Esse movimento reflete a retirada de prêmio de risco da ação, pois os investidores estão percebendo um cenário mais otimista para os ativos de renda variável, incluindo as ações de empresas. O Ibovespa está subindo mais de 1%, e a maioria dos papéis está com rendimento positivo.
A Azul se destaca nessa cesta de ações porque tem conseguido afastar os temores que impactaram o ativo negativamente. O jornal Valor reporta que os detentores de títulos de dívidas no exterior estão se desentendendo em meio às negociações para que a Azul consiga levantar mais capital no mercado. Esse movimento é uma sinalização de que há esforços para capitalizar a companhia e afastar o cenário de recuperação judicial.
Cenário macroeconômico influencia a ação
O cenário macroeconômico, tanto brasileiro quanto americano, está pavimentando o caminho para investidores tomarem mais risco nesta sessão. Dados da economia dos Estados Unidos estão reforçando apostas em uma queda de juros possivelmente maior por lá, de 0,5 ponto percentual. No Brasil, o resfriamento da economia refletida na prévia do PIB traz reajustes nas taxas de futuros de juros.
Isso significa que o mercado investidor do Brasil entende que a Selic pode não precisar estar tão alta no futuro como se acreditava até ontem. Tudo isso traz efeitos benéficos para a Azul: a queda forte do dólar e a retirada de prêmio na curva de juros. A queda das taxas nos contratos que estão sendo negociados hoje também é um fator positivo.
Efeitos econômicos nas aéreas
Para as companhias aéreas brasileiras, o dólar tem peso duplo: está associado às suas despesas e à dívida. O querosene de aviação é negociado em dólar, então uma moeda mais forte significa combustível mais caro. Da mesma forma, se ela estiver mais fraca, significa que esse gasto pode cair. Uma boa parte das dívidas das aéreas também costuma ser em dólar, como são os casos de bonds (títulos de dívidas emitidos no exterior) que as companhias têm emitidos fora do país e de contratos de leasing (arrendamento) de aeronaves.
O bolo dessa dívida bruta total cresce ou enxuga conforme o câmbio se comporta. Além disso, os juros também são um fator que pesa sobre as aéreas. Com juros menores lá fora, a Selic pode precisar subir menos do que o mercado prevê atualmente, e isso provoca um reajuste em toda a curva de futuros hoje.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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