Comércio perder importância de décadas, prédios históricos deterioram, termos como “preservar” patrimônio arquitetônico são ignorados, unidades cometerem degradação.
A Baixa dos Sapateiros, lar da lendária Mulher de Roxo, encontra-se em decadência desde os anos 1970. A capacidade de atração de shoppings em outras regiões, além da diminuição das linhas de ônibus e o crescimento das compras pela internet, associadas à deterioração do patrimônio arquitetônico, desencadearam a decadência da região.
Os moradores, em meio a essa deterioração, buscaram uma solução. A campanha Carta do Centro Histórico – Preservar para Perpetuar foi desenvolvida por eles, com o objetivo de desaparecer o declínio da região e preservar um patrimônio com história. A deterioração do patrimônio arquitetônico em Baixa dos Sapateiros é um dos principais motivos de preocupação, mas os moradores estão determinados a desaparecer essa situação, revivendo o centro histórico da cidade.
Decadência Histórica: A Baixa dos Sapateiros de Salvador Em Pleno Declínio
A Baixa dos Sapateiros, no coração de Salvador, é um local que vivencia um processo de decadência, cuja gravidade ultrapassa a linha da deterioração. O comércio popular, que foi o principal motor da economia local, vem enfrentando um declínio alarmante, com lojas fechando suas portas em ritmo acelerado. Foto: Fulvio Bahia A decadência urbana não se limita apenas à perda do comércio. Patrimônios arquitetônicos de grande valor histórico, como o Cine-Teatro Jandaia, de 1911, estão em péssima condição, refletindo a deterioração que atinge o local. O teatro, que no passado abrigou nomes ilustres da cultura brasileira, como Carmem Miranda e Grande Otelo, agora está longe de sua época de glória.
Uma Associação Luta Contra a Decadência
A Associação dos Empreendedores da Baixa dos Sapateiros Barroquinha e Adjacências (Albasa) tenta mobilizar esforços para preservar o que ainda resta da área. A presidente da associação, Maricélia Santos de Oliveira, expressou ‘repúdio’ à falta de ação eficaz por parte do órgão municipal responsável pela iluminação pública. No entanto, suas reclamações não parecem ter encontrado eco. A situação é marcada pela ausência das tradicionais decorações natalinas, um símbolo da decadência que atinge o local.
Decadência e Desaparecimento de Empresas
A conta de lojas fechadas na Baixa dos Sapateiros é impressionante. De acordo com Maricélia Santos de Oliveira, 100 das 300 lojas principais estão fechadas, excluindo-se os boxes comerciais dos shoppings. A deterioração urbana é uma das principais reclamações dos moradores e comerciantes do local. A presença de usuários de drogas também é um problema grave, contribuindo para a atmosfera de desaparecimento da área.
Comércio Popular em Declínio
O Shopping Baixa dos Sapateiros, com 120 espaços, é um dos principais símbolos da decadência. Sua administração, liderada por Robério Pedreira, enfrenta dificuldades em manter o local aberto. A falta de público é um dos principais desafios, agravado pela pandemia, que agravou ainda mais a baixa no comércio. Segundo Pedreira, a situação é crítica, beirando o pior.
Um Passado de Glória
Para os moradores que vivenciaram o apogeu da Baixa dos Sapateiros, a decadência vem como uma dolorosa recordação do que uma vez foi. Adalberto Borges, um advogado, professor e escritor, lembra do comércio vibrante da área. ‘Agora o movimento está muito baixo, a criminalidade está afastando as pessoas. A maior parte dos locais está degradada’, diz Borges. Sua opinião é compartilhada por Solange Santos, 70 anos, que trabalhou por 17 anos em seis lojas da Baixa do Sapateiro. Aposentada, Solange não acredita que a revitalização seja capaz de resolver o problema. ‘É como eu lhe disse: teve a abertura de vários shoppings, tem as lojas de bairro, as pessoas preferem comprar perto de casa para não precisar ir ao centro histórico.’
Fonte: @ Terra
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