Saldo do Dia: Ações metálicas reagem a sinalizações amigáveis do presidente dos EUA para a China, mas o baque dos últimos dias não foi superado. O jogo de forças na B3 foi travado por inflação forte, Vale sob pressão e mercado internacional atento a trocas comerciais e política dos EUA.
Não houve um desempenho expressivo do Ibovespa na última quinta-feira, dia 23.
Em um cenário de reajuste salarial, o mercado nacional está mais preocupado com a inflação de preço do que com a recuperação da ação da Vale que avançou 1,36% na sexta-feira, dia 24. Neste mesmo dia, o Ibovespa desempenhou uma ação lateral, sem modificar o seu valor. E o principal índice da B3 fechou com uma variação de zero. Mas, para alguns, é a zero a zero. Além disso, se olharmos para as últimas cinco operações, o ativo de maior peso na carteira teórica desvalorizou 2,7%.
Caos no Ibovespa diante de incertezas com Trump
O Ibovespa encerrou a semana com queda de 0,03%, nos 122.447 pontos, após perder os ganhos acumulados entre segunda e quarta, fechando a semana com ganho de 0,08%, ou seja, praticamente no zero a zero. No entanto, o índice ainda registra uma alta de 1,8% ao longo do ano. O resultado é um reflexo das incertezas geradas pela presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, que trouxe ao mercado brasileiro uma série de questões, incluindo políticas de tarifas para importações e impactos para a China e o mercado brasileiro. O mercado internacional não está imune a essas incertezas, e o Ibovespa está sujeito a volatilidade em meio a esse caos.
Previsões incertas para o mercado
O relatório do banco Goldman Sachs descreve o momento como ‘calmaria antes das tarifas’, e aponta que, embora o momento das economias emergentes seja forte e as condições financeiras estejam mais favoráveis, o risco de uma guerra comercial paira sobre as perspectivas de crescimento desses mercados em 2025. O relatório destaca que o presidente Trump optou por não implementar tarifas imediatamente, mas a possibilidade de tarifas futuras permanece. Em meio a essas incertezas, a opção da maioria dos investidores brasileiros tem sido não mexer nas carteiras, o que resultou em um giro financeiro do Ibovespa de apenas R$ 10,6 bilhões hoje, 35% abaixo da média diária nos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões. O volume negociado na bolsa brasileira, no entanto, já está no menor nível desde 2019.
Ação da Vale e mercado externo
O mercado, neste momento, parece estar reagindo de forma defensiva, segundo Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital. A pressão inflacionária interna e o ambiente externo ainda indefinido devem manter o Ibovespa sob volatilidade, no curto prazo. Contudo, o alívio do dólar pode ser um ponto positivo para mitigar quedas mais acentuadas do índice. A ação da Vale cedeu junto com o petróleo em meio a políticas republicanas que incentivam a extração de petróleo e gás natural nos EUA.
Impactos para o mercado brasileiro
Das 87 ações atualmente na carteira do Ibovespa, 48 recuaram neste pregão. Na semana, 51 papéis listados no índice conseguiram se valorizar. A estatal é a maior companhia do mercado de ações do Brasil em valor de mercado e tem peso duplo sobre o Ibovespa, o que arrastou os negócios hoje. O mercado internacional não está imune a essas incertezas, e o Ibovespa está sujeito a volatilidade em meio a esse caos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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