Itaú BBA avisa que a ex-estatal pode se tornar um player de dividendos devido ao balanço e fim dos riscos com a CDE, com perspectiva de pagamento de proventos da União. Poder de voto free e cash flow alto oferecem yield e payout de 100%.
O aumento do pagamento de dividendos pela Eletrobras tem sido um dos principais focos de atenção dos analistas financeiros. É um tema que tem ganhado força nos últimos tempos, com diversos estudos e relatórios sendo divulgados ao longo do ano.
Recentemente, o Itaú BBA publicou um relatório em que analisou as condições para um possível aumento dos dividendos da empresa. Segundo o estudo, a Eletrobras apresenta condições favoráveis para um aumento dos proventos dos acionistas. Além disso, a perspectiva de o pagamento de dividendos aumentar em 2023 foi mais uma vez mencionada no mercado financeiro, com a expectativa de que isso possa atrair mais investidores para a empresa.
Desenvolvimentos abrem caminho para pagamento de mais dividendos
Os analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade e Luiza Candiota apontam que os avanços nas negociações entre a Eletrobras e o governo federal para um acordo sobre o poder de voto da União, especialmente a retirada do ponto do repasse antecipado de quase R$ 25 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético, criam condições favoráveis para a empresa pagar mais dividendos. Eles destacam a robustez do caixa da empresa, que atinge quase R$ 30 bilhões, e uma alavancagem baixa, com a relação entre a dívida líquida e o Ebitda alcançando 1,7 vez no terceiro trimestre.
Com uma baixa alavancagem e uma perspectiva de free cash flow yield positivo, a Eletrobras está bem posicionada para registrar um yield de dividendos acima de 9% a partir de 2026, assumindo um payout de 100%, de acordo com o relatório do Itaú BBA. Ainda que a empresa precise fazer investimentos em projetos brownfield, especialmente para crescer a parte de transmissão, os analistas destacam que a Eletrobras está em boa situação financeira para pagar dividendos em níveis atraentes no curto e médio prazo. O tema também é considerado central pelo BTG Pactual.
Em relatório que circulou pelo mercado na segunda-feira, 16 de dezembro, intitulado ‘Carta ao Conselho – é hora de dividendos’, os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende afirmam que a reestruturação vem produzindo resultados e que é hora de pensar em pagar mais proventos. Com sua escala, acesso ao mercado de capitais e ativos maduros, é difícil imaginar que a empresa vai encontrar múltiplas grandes oportunidades de alocação de capital e evitar pagar dividendos robustos, diz o relatório.
A questão dos dividendos foi o fator determinante para os analistas do BTG Pactual recomendarem ficar long em Eletrobras e short em Engie. Para eles, a Eletrobras pode pagar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões em dividendos sem prejudicar o balanço financeiro. A possibilidade de pagamentos de se tornar um grande nome de dividendos, junto com um valuation considerado atrativo e boas perspectivas para o preço da energia no médio e longo prazo, faz os analistas do Itaú BBA manterem a recomendação de compra para as ações da Eletrobras.
Fonte: @ NEO FEED
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