Se concretizada, compra International Paper por Suzano criaria operação com receita superior a US$ 27 bilhões, preocupando com internationalização, substituição executiva, oferta, negociações, acordo, pagamento em dinheiro, preços de ações, negação, suspensão, aquisição. EV/Ebitda: US$ 27 bilhões.
Em janeiro deste ano, Walter Schalka, CEO da Suzano, mencionou em um evento a crescente importância da aquisição internacional para a empresa. Um mês depois, foi anunciada a substituição do executivo por João Alberto Fernandez de Abreu, que assumirá o cargo em julho. Parece que a Suzano está se preparando para uma nova fase em sua história, com possíveis mudanças na liderança.
Esse movimento sugere que a aquisição de novas estratégias e lideranças pode impulsionar o desenvolvimento da empresa no cenário global. A chegada de João Alberto Fernandez de Abreu traz expectativas de novas abordagens e ideias para a Suzano, reforçando o foco em ampliar mercados e adquirir maior presença internacional.
Aquisição Internacional da International Paper pela Suzano
Mas os planos de aquisição internacional parecem intactos em seu roteiro. É o que indica uma reportagem publicada pela agência Reuters na terça-feira, 6 de maio. Segundo a agência, que cita fontes a par da negociação, a Suzano teria feito uma oferta de quase US$ 15 bilhões para adquirir a International Paper, em uma proposta verbal feita ao Conselho de Administração da companhia americana e cujos termos apontam para o pagamento, em dinheiro, de US$ 42 por ação.
O receio do mercado é que a Suzano ofereça um preço maior do que tem sido noticiado, diz ao NeoFeed um gestor comprado na ação SUZB3 que critica a demora da empresa em publicar um fato relevante sobre a possível transação. A agência Reuters ressalta, porém, que há uma inclinação para rejeitar a oferta da Suzano.
A negação estaria ligada, em parte, ao fato de que a companhia brasileira estaria condicionando o acordo à suspensão da aquisição da britânica DS Smith, anunciada em abril pela International Paper, por US$ 7,2 bilhões. Caso as barreiras sejam superadas, o acordo aconteceria quatro anos após a International Paper vender suas operações no Brasil para a Klabin, por R$ 330 milhões.
E, além de marcar a entrada da Suzano em embalagens e papelão ondulado, criaria uma gigante do setor de papel, celulose e embalagens. Alguns números ajudam a mensurar o que seria o resultado da junção dessas operações. Levando-se em conta os balanços de 2023, a receita combinada seria de pouco mais de US$ 27 bilhões, com um volume de vendas somado de 27,1 milhões de toneladas em embalagens.
De acordo com dados da Levante Insider Corp, a nova companhia teria um Ebitda projetado entre R$ 30 bilhões (US$ 5,9 bilhões) e R$ 40 bilhões (US$ 7,9 bilhões) e estaria negociando com um EV/Ebitda de 6 vezes. Considerando os valuations atuais, o valor de mercado combinado seria de mais de US$ 26 bilhões.
Em termos de produção, o grupo passaria a ter 34 fábricas de celulose, papel e embalagens, sendo que a International Paper ampliaria bastante esse parque, ao adicionar 28 estruturas a essa conta, além de 200 unidades de conversão de caixas de papelão e 18 de reciclagem. Nesse mapa, a International Paper atua em mais de 10 países e atende a uma carteira superior a 21 mil clientes.
Hoje, no exterior, a Suzano, por sua vez, conta com escritórios de representação na China e tem presença nos Estados Unidos, Suíça, Argentina e Áustria. Em relatório aos clientes intitulado ‘algumas reflexões muito preliminares’, os analistas do BTG são céticos e mostram preocupação com a possível aquisição. ‘Sinergias? Ainda é cedo para dizer com a visibilidade limitada, mas esse movimento seria mais para internacionalizar a empresa (em termos de produto e geograficamente)’, lê-se em um trecho. Números à parte, a resposta inicial do mercado a uma possível negociação trouxe reações opostas. Na B3, as ações da Suzano encerraram o pregão em queda de 12,27%.
Já os papéis da International Paper fecharam as negociações em Nova York com alta de 5,20%. Um dos possíveis
Impactos Potenciais da Aquisição no Mercado
cenários envolvendo essa possível aquisição incluem a expansão da presença da Suzano no mercado internacional, a consolidação de sua posição como player relevante no setor de papel, celulose e embalagens, além do aumento significativo em sua capacidade produtiva. A internacionalização por meio dessa transação também poderia abrir portas para novas oportunidades de aquisição e colaborações estratégicas em diferentes regiões.
A substituição da International Paper no mercado por essa nova entidade combinada teria o potencial de alterar dinâmicas e competições setoriais, impulsionando a inovação e a eficiência na indústria. A oferta da Suzano para adquirir a International Paper reflete a busca por crescimento e diversificação de portfólio, visando a fortalecer sua posição global no mercado.
A complexidade das negociações envolvidas nesse processo de aquisição ressalta a importância de análises aprofundadas, considerando tanto os aspectos estratégicos quanto os financeiros. O preço oferecido pela Suzano e os termos do acordo são elementos chave no desdobramento futuro desse cenário.
A possível aquisição da International Paper pela Suzano levanta questões sobre as estratégias de expansão das empresas no mercado global, bem como sobre os impactos a longo prazo dessa movimentação. O caminho rumo a uma eventual concretização desse acordo ainda está repleto de incertezas e desafios a serem superados.
Agora, cabe acompanhar de perto os desdobramentos dessas negociações e as reações dos investidores e do mercado em relação a essa potencial aquisição de grande impacto no setor. A fusão entre Suzano e International Paper poderia marcar um marco na história do mercado de papel e celulose, trazendo consigo oportunidades e desafios únicos para ambas as empresas.
Fonte: @ NEO FEED
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