Golpes com tatuagem semipermanente na Coreia do Sul são considerados procedimento médico, o que restringe o trabalho de tatuadoras. A associação médica coreana diz que essa atuação não está incluída em sua lista de profissões. O sindicato da tatuagem diz que isso as deixa vulneráveis e quer mudança na lei.
Para muitas pessoas, a prática de se fazer uma tatuagem pode ter uma conotação negativa, com alguma parcela da sociedade a ver a atividade como algo desumano. Contudo, a verdade é que, em alguns casos, a tatuagem pode ter um significado completamente diferente, levando a uma reflexão sobre a própria vida do indivíduo. Para Narr, uma tatuadora de renome na Coreia do Sul, uma situação vivida há cerca de dois anos mudou completamente o seu entendimento sobre a atividade.
Segundo ela, durante uma sessão de tatuagem a um cliente, Narr teve uma experiência assustadora. ‘Quando a sessão de tatuagem estava prestes a terminar, pedi ao cliente para verificar a tatuagem no espelho’. A preocupação dela era justamente verificar se tudo estava correto e se a tatuagem estava saindo como esperado. Mas o cliente não demonstrou interesse algum em verificar o trabalho da tatuadora em tempo oportuno. Afinal, foi só após o cliente se levantar e se afastar da mesa que ela ficou sabendo do problema, conforme disse. A tatuagem que Narr havia feito era uma semipermanente e ela sabia que a melhor maneira de garantir que o trabalho estivesse correto era com a verificação do cliente. ‘A tatuagem foi feita com um procedimento médico adequado, utilizando equipamentos de tatuagem de alta qualidade, como seringas e agulhas esterilizadas, e seguir o protocolo de higiene adequado para garantir a segurança e o bem-estar do cliente.’
Uma lacuna na legislação: tatuagem e procedimento médico
Na Coreia do Sul, uma decisão da Suprema Corte, em 1992, classificou a tatuagem como um procedimento médico, criando uma lacuna na legislação que afeta profissionais como Narr, que não possuem licença médica para realizar tatuagens. A classe de tatuadores semipermanentes é ainda maior, com cerca de 350 mil profissionais, a maioria se especializando em maquiagem semipermanente para áreas como sobrancelhas, lábios e linha do cabelo.
Tatuagens semipermanentes: um mercado em crescimento
A tatuagem semipermanente é um procedimento popular na Coreia do Sul, com uma grande demanda por profissionais que ofereçam serviços de maquiagem semipermanente. No entanto, a falta de regulamentação e a ausência de licenças médicas para realização de tatuagens semipermanentes geram preocupações sobre a segurança e a ética desses procedimentos.
Procedimento médico: o debate em torno da tatuagem
O debate sobre a classificação da tatuagem como um procedimento médico continua, com a Associação Médica Coreana (KMA) expressando forte oposição às propostas de reforma legal. A KMA argumenta que a tatuagem não apenas danifica a pele, mas também pode representar outros riscos à saúde, incluindo interferência no diagnóstico de câncer.
Representante do DPK defende a mudança na legislação
O representante do DPK, Kang Sun-woo, propôs um projeto de lei para tornar legal para não médicos fazer tatuagens. Ele argumenta que a maioria das pessoas que se fazem tatuagens não as fazem com profissionais médicos e que a atual legislação é desproporcional.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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