A recuperação judicial foi decidida em reunião com os diretores devido a riscos como descontinuidade de relações comerciais e contingências tributárias relevantes.
A Bombril S.A formalizou hoje (10) o pedido de recuperação judicial. Em comunicado ao mercado, a empresa destacou que enfrenta contingências tributárias significativas, principalmente decorrentes de autuações da Receita Federal, relacionadas a supostas irregularidades no recolhimento de impostos.
O processo de recuperação visa garantir a continuidade das operações da companhia, permitindo uma reestruturação financeira que atenda tanto aos credores quanto às obrigações legais. A medida é crucial para a estabilidade da empresa, que busca renegociar suas dívidas e reequilibrar suas finanças. Além disso, a reestruturação de passivos será um dos pilares para superar os desafios atuais e assegurar um futuro sustentável.
Contexto do Pedido de Recuperação Judicial
O pedido de recuperação judicial foi formalizado na 1ª Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 1ª Região Administrativa Judiciária. De acordo com o documento, o montante total contingenciado pela Receita Federal, que soma R$ 2,3 bilhões, está vinculado a contingências tributárias relevantes decorrentes de operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros (T-Bills). Essas operações foram realizadas entre 1998 e 2001 pela empresa e por um veículo do grupo italiano Cragnotti & Partners, que controlava a Bombril na época.
Decisões Judiciais e Impactos Financeiros
A decisão de solicitar a recuperação judicial foi tomada após uma reunião com os diretores da companhia, motivada por recentes decisões judiciais desfavoráveis relacionadas às autuações da Receita Federal. Os executivos avaliaram que essas decisões poderiam, em última instância, resultar na descontinuidade de relações comerciais essenciais e no vencimento antecipado de dívidas. A medida visa garantir que a empresa mantenha sua capacidade operacional e promova uma reestruturação financeira adequada, minimizando os impactos sobre os credores e as atividades comerciais.
Estratégia de Reestruturação e Convocação de AGE
A recuperação judicial permitirá à Bombril reestruturar seu passivo de forma ágil, alinhando-se aos esforços de gestão financeira realizados nos últimos anos. Esses esforços já resultaram em melhorias na lucratividade, com a empresa registrando resultados contábeis positivos nos últimos trimestres. Além do pedido de recuperação judicial, foi aprovada a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que discutirá os próximos passos do processo.
Transparência e Comunicação com o Mercado
A Bombril comprometeu-se a manter seus acionistas e o mercado informados sobre os desdobramentos relacionados à recuperação judicial e ao processo de reestruturação de passivos. A empresa seguirá as diretrizes da legislação e regulamentação vigentes, garantindo transparência em todas as etapas desse processo crítico para sua continuidade operacional.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo