Acordo do Santos para renomear a Vila Belmiro reforça tendência de negócios entre clubes brasileiros.
O Flamengo anunciou recentemente a venda dos direitos de denominação do Maracanã para a empresa de tecnologia Inovação Digital por cinco anos, em um contrato de R$ 20 milhões anuais. Essa estratégia de parceria tem se tornado uma tendência no mundo esportivo, proporcionando benefícios mútuos.
Além dos direitos de nome, muitos clubes também têm explorado os direitos de marca como forma de aumentar a receita e fortalecer a visibilidade no mercado. Essas iniciativas demonstram a importância de se buscar novas fontes de recursos e oportunidades de negócio no cenário esportivo atual.
Direitos de nome e de denominação: parcerias e negócios firmados
Com a parceria estabelecida pelo Peixe, já são 11 as arenas brasileiras que possuem direitos de nome, sendo que sete delas foram sacramentadas nos últimos 15 meses. Desse total de 11 estádios com direitos de nome, seis são utilizados por clubes da Série A do Campeonato Brasileiro: Allianz Parque (Palmeiras), Neo Química Arena (Corinthians), Ligga Arena (Athletico-PR), Arena MRV (Atlético-MG), Morumbis (São Paulo) e Casa de Apostas Arena Fonte Nova (Bahia).
Além disso, a Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília, já recebeu três jogos na competição. Já o reformado Pacaembu, que conta com eventuais acordos para receber jogos de São Paulo e Cruzeiro, fechou com o Mercado Livre o maior contrato de direitos de nome até agora do futebol brasileiro, com um valor total que pode chegar a R$ 1 bilhão em 30 anos, uma média de R$ 33,3 milhões por ano.
As possibilidades de exploração comercial a partir de contratos firmados com parceiros são enormes. Hoje, já há um movimento um pouco mais consolidado, por parte de alguns clubes, que conseguem aproveitar muitas dessas oportunidades. O fato de as equipes deixarem de relutar em mudar o nome dos estádios em nome da tradição também é um fator que expressa uma nova mentalidade comercial, destaca Joaquim Lo Prete, Country Manager da Absolut Sport no Brasil, agência de experiências esportivas.
Os contratos para direitos de nome de estádios chegaram ao Brasil em 2005, quando a Arena da Baixada, do Athletico, se tornou a Kyocera Arena. A consolidação, no entanto, veio após a Copa do Mundo de 2014 e a construção das novas arenas. Os estádios são ativos valiosos do esporte e a venda dos direitos de nome representa receita importante a ser explorada nos planejamentos dos clubes. A injeção de dinheiro potencializa o desenvolvimento das experiências, assim como ocorre nos esportes americanos, por exemplo, indica Ivan Martinho, professor de marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
O mais antigo dos atuais contratos é o do Palmeiras, assinado com a Allianz em 2013. Na sequência, o Atlético-MG negociou a venda para a MRV ainda em 2017, antes mesmo do estádio começar a ser construído. Já em 2020 o Corinthians sacramentou acordo com a Neo Química. A partir de 2022 foi a vez do Banco BRB dar nome ao Mané Garrincha e, em junho de 2023, o Athletico concretizou a negociação com a Ligga Telecom.
Nos últimos dias do ano passado, dois novos acordos foram anunciados. O do São Paulo com o conglomerado multinacional de alimentos Mondelez, que rebatizou o estádio tricolor para Morumbis, e a Fonte Nova, em Salvador, com a empresa do segmento de apostas esportivas Casa de Aposta. Em janeiro deste ano foi a vez do Botafogo de Ribeirão Preto concretizar negociação com a Nicnet, empresa de internet de fibra óptica, que comprou os direitos de nome do Estádio Santa Cruz. Em maio, a Arena das Dunas, em Natal, também fechou contrato com a Casa de Aposta.
Fonte: © GE – Globo Esportes
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