Em 2021, 2,1 milhões de CNPJs foram abertos em relação aos desativados, segundo levantamento da BigDataCorp, de Thoran Rodrigues.
O Brasil tem visto um crescimento significativo na abertura de empresas, no entanto, a maioria delas não consegue se manter ativa por mais de três anos, de acordo com um estudo realizado pela BigDataCorp, uma empresa de análise de dados líder na América Latina. Os dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) revelaram que o país teve um saldo positivo de cerca de 2,1 milhões de empresas no ano passado, com a abertura de 3,9 milhões e o encerramento de 1,8 milhão.
Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, enfatiza que o crescimento das empresas evidencia a dinâmica do mercado, apesar dos desafios enfrentados pelas companhias. A análise dos dados ressalta a importância de estratégias sustentáveis para garantir a longevidade dos negócios e promover um ambiente empreendedor mais estável e próspero.
Empresas: Desafios e Sobrevivência no Mercado
O saldo, entretanto, diminuiu desde o impacto da pandemia da Covid-19. Vida breve desde o início do levantamento da série de do CNPJ pela empresa, em 1998, o país registrou a abertura de 60 milhões de companhias. Atualmente, aproximadamente 21,8 milhões de empresas permanecem ativas, o que equivale a 63% das empresas registradas que estão inativas.
De acordo com os dados, mais da metade (51,15%) das empresas registradas não conseguem sobreviver por três anos, e a taxa de fechamento aumenta para quase 89% em cinco anos. A taxa de encerramento cresce gradualmente ao longo do tempo, e, após uma década, 99,92% das companhias abertas encerram suas operações.
Thoran Rodrigues, no entanto, enfatiza que os números não devem causar alarme e destaca que existem inúmeros motivos para o fechamento de empresas. ‘O fundamental é observarmos o saldo de empresas, ou seja, a quantidade de empresas que estão ativas mês a mês’, defende o CEO da BigDataCorp.
Entre os obstáculos que essas empresas enfrentam para sobreviver, a sócia de Private Enterprise da KPMG, Carolina de Oliveira, menciona o acesso ao crédito, a falta de planejamento financeiro e tributário, além do acesso a mão de obra qualificada e tecnologia para se manterem competitivas.
O CEO da Speedo Multisport, Roberto Jalonetsky, ressalta que os números realçam a importância de políticas de apoio ao empreendedorismo, especialmente para empresas iniciantes se organizarem. ‘A sobrevivência e o sucesso de uma empresa dependem de diversos fatores, incluindo o ambiente de negócios, o acesso a financiamento, inovação e capacidade de adaptação às mudanças do mercado’, destaca Jalonetsky.
Rodrigues também reitera que, dependendo da forma como ocorre o encerramento da empresa, pode ser algo positivo. ‘Como se discute amplamente no cenário do empreendedorismo, o melhor é o ‘fail fast’ [falha rápida], ou seja, tentar estabelecer um negócio e, se não der certo, fechá-lo rapidamente’, pondera.
‘O desafio da alta mortalidade em países como o Brasil reside na medida em que o término de uma empresa afeta a situação financeira do empreendedor’, conclui.
Fonte: © CNN Brasil
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