A política monetária vai impactar o financiamento imobiliário, com ajustes na Selic, referencial de juros básica, afetando o acesso ao crédito de juros dos bancos.
Aqui no Brasil, o aumento da taxa básica de juros (Selic) para 12,25% deixou a sensação de incerteza no ar, fechando um ano marcado por mudanças econômicas e políticas. Esse aumento na taxa de juros pode ter consequências significativas para o financiamento imobiliário no país.
A política monetária do Banco Central, representada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), aumentou a taxa de juros para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica. No entanto, essa medida pode afetar a capacidade das pessoas de adquirir imóveis com financiamento. A taxa de juros de 12,25% pode aumentar o custo do crédito, tornando-o mais caro para os consumidores. Isso pode ser um desafio para aqueles que desejam adquirir uma casa própria, pois eles precisarão lidar com custos maiores.
Impactos da Selic no Mercado Imobiliário
A inflação ainda elevada no Brasil está exercendo pressão sobre a economia, e a Taxa Referencial (TR) é apenas um dos indicadores que reflete essa tendência. A Selic, em particular, tem sido um foco de atenção para os analistas financeiros, pois sua taxa de juros pode afetar diretamente o financiamento imobiliário. Guilherme Maia, cofundador da fintech EmCash, explica que os efeitos serão diferentes dependendo do tipo de financiamento. ‘Quem já tem um financiamento com taxa fixa ou indexado à Taxa Referencial (TR) não sentirá impacto direto, mas contratos atrelados ao IPCA podem variar no curto prazo devido à inflação ainda elevada, embora haja tendência de estabilização com o controle dos preços’, indica.
Financiamento Imobiliário e Selic
Maia destaca que o financiamento imobiliário atrelado ao IPCA pode ser uma armadilha para os compradores, especialmente em um cenário de alta inflação. ‘As taxas de juros do financiamento imobiliário devem aumentar, elevando o custo das parcelas e reduzindo o acesso ao crédito, especialmente para imóveis de médio e alto padrão’, pontua. Além disso, Maia sugere que o cenário se tornou mais desafiador para novos compradores, pois as taxas de juros devem aumentar, tornando mais caro o financiamento imobiliário.
Adaptação dos Bancos
Em contrapartida, João Paulo Galvão, Head de Financiamento Multibanco da Creditas, afirma que os bancos se anteciparam para a alta da Selic e ajustaram as taxas de juros. ‘Entre outubro e novembro, houve ajuste das taxas balcão – de 10,49% variando para 10,79 a 10,99%, considerando os principais players do mercado’, comenta. Além disso, Galvão prevê novos reajustes no início de 2025, o que pode dificultar ainda mais o acesso ao crédito.
Política Monetária e Financiamento
A política monetária do Banco Central também está sendo monitorada de perto, pois o mercado espera novas altas na taxa Selic. Júlio Reis, co-presidente da Yees Incorporadora, defende que os compradores devem agilizar a aquisição de imóveis financiados para garantir uma taxa de juros menor. ‘O Banco Central já sinalizou que virão provavelmente novas altas na taxa Selic, portanto quem tem interesse em fazer uma aquisição de imóvel financiado deve agilizar a sua aquisição para garantir uma taxa de juros menor junto às instituições financeiras’, defende Reis.
Impactos na Construção e no Mercado
O aumento da Selic pode ter impactos na construção de imóveis, pois as taxas de juros mais altas podem tornar mais caro o financiamento e afetar a viabilidade de projetos. Além disso, o mercado imobiliário pode ser afetado pela desaceleração da velocidade de vendas, especialmente em segmentos sensíveis a taxas de juros. Guilherme Maia sugere que os compradores devem realizar uma pesquisa de crédito e planejamento financeiro mais aprofundado, enquanto as construtoras devem se concentrar em diversificar seu portfólio e estabelecer parcerias estratégicas.
Programas Habitacionais e Mercado Secundário
Por outro lado, os programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida podem ser uma alternativa viável para o público de baixa renda, pois permanecem sendo uma opção acessível. Além disso, o mercado secundário também pode ser afetado pela alta da Selic, pois as taxas de juros mais altas podem tornar mais difícil o acesso ao crédito e afetar a demanda por imóveis.
Fonte: © Estadão Imóveis
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