Saúde indígena em Santo André, Grande ABC, atende povos originários.
A região do Grande ABC, localizada na Região Metropolitana de São Paulo, é composta por sete cidades: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Essas cidades são conhecidas por sua rica diversidade cultural, que inclui a presença de indígenas de diversas etnias. Os indígenas desempenham um papel importante na região, contribuindo para a preservação da cultura e da história local.
Além disso, as comunidades indígenas e os povos originários também estão presentes em outras cidades ao redor da capital paulista, onde eles lutam para reconquistar seus espaços e preservar suas tradições. Etnias como os guaranis e os tupinambás são exemplos de grupos que têm uma longa história na região e que continuam a influenciar a cultura local. A luta dos indígenas por direitos e reconhecimento é um tema importante na região, e a preservação da cultura indígena é fundamental para a manutenção da diversidade cultural do Grande ABC. A importância da cultura indígena não pode ser negligenciada, e a contribuição dos indígenas para a sociedade é inestimável.
Conquista dos Indígenas
Os indígenas de várias etnias, incluindo povos originários como guaranis, pataxós, pankaras e pankararus, realizaram a dança do toré na inauguração do serviço de saúde indígena em Santo André, no ABC Paulista. Essa conquista foi fruto da articulação desses povos originários, que sentiram a necessidade de um atendimento especializado durante a pandemia de covid-19, quando enfrentaram receio em se vacinar e preconceito ao procurar vacina. A luta por esse serviço foi longa e árdua, como destaca Nívia Pankararu, articuladora indígena de 22 anos, que afirma que ‘o atendimento voltado para a saúde indígena foi conquistado com muita luta, faz muitos anos que a gente vem se articulando’.
Saúde Indígena no ABC Paulista
No ABC Paulista, os povos originários são uma presença significativa, com cerca de 3 mil indígenas vivendo na região, a maioria em São Bernardo do Campo, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Santo André, vivem pouco mais de 600 indígenas, que se inspiraram em unidades de saúde como a da favela Real Parque, zona sul de São Paulo, para conquistar um atendimento especializado na unidade de saúde da cidade. A enfermeira Helen Christian e a médica Nicole Bueno Costa são as responsáveis por esse atendimento, que se destaca por oferecer um tempo de escuta e um diálogo com a medicina tradicional indígena, incluindo chás, garrafadas, rituais e conhecimentos de pajés e rezadeiras.
Desafios e Conquistas
A conquista desse serviço de saúde indígena foi possível graças à pressão exercida pelos indígenas, que contaram com a atuação do Ministério Público Federal (MPF) e do Projeto Xingú, da Universidade Federal da São Paulo (Unifesp), que oferece formação especializada em saúde dos povos originários. A luta dos indígenas não foi fácil, mas foi fundamental para superar as barreiras e garantir um atendimento de qualidade. Como afirma Nívia Pankararu, ‘não é porque estamos na cidade, que estamos desconectados do território, do nosso povo’. Os indígenas de São Paulo e cidades do entorno saíram de suas aldeias em busca de oportunidades de trabalho, mas não perderam a conexão com suas comunidades indígenas e etnias, e continuam a lutar por seus direitos, incluindo o direito à saúde indígena de qualidade. A Clínica da Família do bairro São Jorge, em Santo André, é um exemplo de como a saúde indígena pode ser priorizada, e a Região Metropolitana e o Grande ABC podem se inspirar nesse modelo para melhorar a saúde dos povos originários.
Fonte: @ Terra
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