Reproduzir mosquitos não transmissores de arboviroses é o objetivo da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Sociedade Brasileira, na Jornada Nacional, em Rio e Paraopeba, fortalecendo Relações Institucionais.
Em breve, os municípios afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 25 de janeiro de 2019, que são banhados pelo Rio Paraopeba, receberão um novo aliado no combate às arboviroses: mosquitos geneticamente modificados com a bactéria Wolbachia. Essa inovação promete reduzir a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.
O método de controle de arboviroses utilizando mosquitos geneticamente modificados com a bactéria Wolbachia é considerado uma estratégia inovadora e eficaz. A ideia é que esses mosquitos, ao se reproduzirem, transmitam a bactéria para a população de mosquitos selvagens, reduzindo assim a capacidade deles de transmitir doenças. A expectativa é que essa abordagem seja implementada em cerca de quatro meses. Com a introdução desses mosquitos geneticamente modificados, os municípios afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho podem reduzir significativamente a incidência de arboviroses e melhorar a saúde pública. A bactéria Wolbachia é um aliado importante nessa luta.
Wolbachia: Uma Nova Abordagem no Combate às Arboviroses
A região do Rio Paraopeba está prestes a receber uma nova estratégia no combate às arboviroses, graças à parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o World Mosquito Program. O método Wolbachia, que consiste em liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegyptis locais, formando uma nova população de insetos não transmissores de arboviroses, será implementado entre janeiro de 2025 e dezembro de 2029.
De acordo com Karlos Diogo de Melo, líder de Relações Institucionais e Governamentais do World Mosquito Program no Brasil, a proposta é reduzir significativamente os casos de dengue, chikungunya e zika na região. O método Wolbachia já demonstrou eficácia em outros países, como a Indonésia, Austrália, Vietnã e Colômbia, onde os casos de dengue foram reduzidos em 77%, 96%, 86% e 95%, respectivamente.
No Brasil, a iniciativa já foi implementada em Niterói, no Rio de Janeiro, onde os casos de dengue caíram 69%. Além disso, a cidade registrou queda de 60% nos casos de chikungunya e de 37% nos de zika. ‘Esses são resultados quando a gente ainda tinha apenas 75% do município com Wolbachia’, explicou Melo.
Wolbachia: Uma Estratégia Complementar no Combate às Arboviroses
Ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife, Melo lembrou que Petrolina, em Pernambuco, também foi projeto-piloto do método Wolbachia no Brasil. No entanto, a abordagem foi diferente, pois em vez de liberar mosquitos geneticamente modificados, foram distribuídos ovos contaminados com a bactéria. Embora não seja possível aferir de forma pontual a redução de doenças, o biólogo destaca que o método Wolbachia é uma estratégia complementar no combate às arboviroses.
‘Ainda precisamos de vacina e de todos nós fazendo o nosso papel. Se a gente não cuidar da nossa casa, se o vizinho não cuidar da casa dele, se o governo não cuidar, a gente não vai conseguir’, concluiu Melo. Além disso, mais de 80 cidades já demonstraram interesse em parcerias para implementar o método Wolbachia.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também está envolvida na iniciativa, e a repórter viajou a convite da entidade para cobrir a 26ª Jornada Nacional de Imunizações. A parceria entre a Fiocruz e o World Mosquito Program é um exemplo de como a colaboração entre instituições pode levar a resultados positivos no combate às arboviroses.
Fonte: @ Agencia Brasil
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