Cripto disparou mais de 100% em 2024 e pode chegar a novas alturas.
A investidora Verde Asset fez furo ao apostar em bitcoin e aproveitar o cenário de incerteza gerado pelo ex-presidente Donald Trump nas eleições americanas. Com isso, a decisão da Verde Asset causou surpresa em uma parte expressiva do mercado local, dada a volatilidade do criptomoeda e o risco de queda em caso de vitória da candidata democrata Kamala Harris.
É fato que a criptomoeda é considerada um ativo de alto risco, logo, a decisão da Verde Asset em investir em bitcoin foi motivada pela previsão de que o cenário de incerteza nas eleições americanas poderia levar a um aumento no valor do ativo. A estratégia do investidor foi acertada, pois bitcoin alcançou um valor recorde de R$ 68.185,25 em novembro de 2020, logo após a eleição.
Criptomoedas: A Nova Realidade do Investimento
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2016 não apenas mudou o cenário político do país, mas também teve um impacto significativo no mercado financeiro, especialmente no que diz respeito à criptomoeda. A expectativa de políticas pró-cripto do novo governo de Trump levou a um aumento significativo no preço do bitcoin, o principal ativo da classe de criptomoedas, e, consequentemente, a uma melhoria na performance da gestora de investimentos Luis Stuhlberger.
Em novembro de 2023, mês da vitória de Trump, o principal fundo da Verde, que gestiona cerca de R$ 1 bilhão em ativos, registrou seu melhor desempenho do ano, com um retorno de 3,29%. Antes disso, o fundo era crítico ao papel das criptomoedas na economia, mas a mudança de postura do novo governo e a nomeação de figuras estratégicas, como Paul Atkins para a SEC e Scott Bessent para o Tesouro, reforçaram o otimismo dos investidores.
O preço do bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 108 mil em 17 de dezembro de 2023, e ainda há quem projete que o ativo pode chegar a US$ 1 milhão. No entanto, desde então, o preço do bitcoin entrou em queda e está cotado a US$ 95.867. Apesar disso, o ano foi positivo para a criptomoeda, com uma alta de 116,87%.
A forte desempenho do bitcoin descorrelacionado do mercado brasileiro tornou-o uma aposta atraente para os investidores. Estudos acadêmicos realizados por instituições como a Fecap, FGV e UFF já apontavam para os benefícios da inclusão do bitcoin em carteiras de ativos brasileiras. Com o aumento das dificuldades para se alcançar retornos expressivos no mercado local e os resgates em fundos multimercados ultrapassando R$ 100 bilhões no ano, essa estratégia ganhou ainda mais relevância.
O fundo Money Rider, da Empiricus, que acumula um retorno de 44% no ano, é um exemplo de gestora que se antecipou à tendência e colheu os frutos. O gestor João Piccioni atribui 10 pontos percentuais desse desempenho às posições em cripto. ‘A ideia de incluir uma posição robusta em bitcoin surgiu em junho de 2023. Percebemos que a adoção seria um caminho sem volta e alocamos 10% do fundo. Ainda havia o halving previsto para 2024. Com a entrada do investidor institucional, o bitcoin disparou’, diz Piccioni.
A entrada de investidores institucionais ganhou força especialmente nos EUA, antes mesmo das expectativas pró-cripto da campanha de Trump. Um marco foi a aprovação pela SEC de ETFs de bitcoin à vista, como o IBIT, da BlackRock, que captou mais de US$ 2 bilhões em duas semanas. Atualmente, o fundo possui US$ 55,7 bilhões em bitcoin. Mais recentemente, a BlackRock passou a recomendar uma alocação de até 2% em bitcoin como forma de melhorar a relação risco-retorno.
‘No IBIT, superou os principais lançamentos de ETFs da história. Isso criou um ciclo no qual os institucionais, se ainda não alocaram, estão ao menos considerando ter algum recurso para avaliar esse mercado, seja um analista, um consultor ou por meio de parcerias para melhorar o entendimento’, afirma Felipe Amoeda, especialista em cripto da gestora global HMC.
No Brasil, os ETFs relacionados a cripto existem desde 2021 e estão entre os mais populares na bolsa. O HASH11, pioneiro no país, é o segundo com maior número de cotistas, atrás apenas do IVVB11, atrelado ao principal índice de ações dos Estados Unidos.
Fonte: @ NEO FEED
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