O índice de preços de bens finais excedeu o objetivo de inflação e indicou inflação de 6,4% ao ano.
Em 2024, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) fechou o ano com uma alta de 6,54%, resultante de várias fatores, incluindo inflação. A inflação é um fenômeno econômico que afeta a capacidade de compra da população, tornando-se um tema relevante na discussão econômica de diversos países. O Brasil não é exceção, visto que a inflação é um problema recorrente que afeta diversos setores da economia, incluindo o de habitação, onde o aumento dos aluguéis pode ser um problema adicional.
Em dezembro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma inflação de 0,94%, que foi inferior às estimativas das consultorias e instituições financeiras, cujo piso das estimativas era de 0,98%. Isso coloca em destaque o impacto das decisões governamentais, incluindo a política monetária, na inflação. A inflação é um indicador importante que ajuda a entender como a economia está se desenrolando e como os preços estão sendo afetados pela demanda e oferta de bens e serviços.
Impacto da inflação nos preços de commodities e bens
A inflação, medida pelo Índice Geral de Preços-Maior (IGP-M), apresentou um aumento de 0,74% em dezembro de 2023, com um acumulado de queda de 3,18% em 12 meses. É importante notar que a inflação é influenciada por diversos fatores, incluindo commodities, preços administrados e mão-de-obra, que afetam os preços dos índices componentes do IGP-M. No IPA, o preço do café, influenciado pelo clima e pelo câmbio, foi o principal destaque, com uma alta de 28,82%. Já no IPC, preços monitorados e carnes foram as principais influências, com destaque para cigarros, com uma alta de 6,43%. Por fim, no INCC, reajustes salariais, com uma alta média de 0,53%, tiveram a maior influência sobre o índice, de acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre e responsável pelo indicador.
Desempenho do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M)
O IPA-M, com peso de 60% no IGP-M, subiu 1,21% em dezembro, menos do que a taxa de 1,74% observada em novembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais subiu 0,83% em dezembro, taxa inferior em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 1,25%. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 3,34% para 2,62%. Além disso, o índice correspondente a Bens Finais ‘ex’, que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,50% em novembro para 1,20% em dezembro.
Influência da inflação sobre os preços e índices
A inflação também afetou os preços dos bens e commodities, com o grupo de Bens Intermediários subindo 0,47% em dezembro, superior à do mês anterior, quando havia registrado alta de 0,22%. A principal contribuição para esse avanço partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -0,55% para 0,54%. O índice de Bens Intermediários ‘ex’ subiu 0,46% em dezembro, após alta de 0,36% em novembro.
Impacto da inflação nos preços de commodities e matérias-primas
O grupo de Matérias-Primas Brutas subiu 2,35% em dezembro, após registrar alta de 3,90% em novembro. A desaceleração desse grupo foi influenciada principalmente por itens chave, tais como soja em grão, que recuou de 4,80% para -2,34%, bovinos, cuja taxa desacelerou de 13,57% para 2,50%, e milho em grão, cuja taxa recuou de 8,85% para 2,12%. Em contraste, café em grão acelerou fortemente, de 6,01% para 28,82%, minério de ferro, que subiu de 2,37% para 6,21% e das aves, cuja taxa passou de 0,34% para 2,44%.
Desempenho do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M)
Com peso de 30% no IGP-M, o IPC-M registrou taxa de 0,12%, apresentando aceleração em relação a novembro, quando o índice teve um aumento de 0,07%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Transportes (0,14% para 0,30%), Educação, Leitura e Recreação (-0,16% para -0,02%), Alimentação (1,01% para 1,09%), Despesas Diversas (0,49% para 0,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,16% para 0,20%) e Comunicação (0,03% para 0,06%). Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: tarifa de táxi (0,57% para 6,19%), passagem aérea (-1,92% para -0,66%), frutas (-1,27% para 0,66%), cigarros (3,86% para 6,43%) e combustíveis (0,54% para 0,47%).
Fonte: @ Valor Invest Globo
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