Mediadores temem suspensão do acordo após Hamas acusar Israel de violar tratado, envolvendo retirada de palestinos e reconstrução da Faixa de Gaza.
As novas rodadas de diálogo para discutir as etapas seguintes do cessar-fogo na Faixa de Gaza foram postergadas, conforme informou a agência Reuters nesta segunda-feira (10). A decisão foi baseada em comunicados de autoridades egípcias, que apontaram como um dos fatores as recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a remoção de palestinos da região. O cessar-fogo, que já vinha sendo negociado com dificuldades, enfrenta agora novos obstáculos.
As partes envolvidas buscam uma trégua que permita a retomada das negociações de forma mais estável. A suspensão de hostilidades é crucial para evitar mais perdas humanas e danos materiais. No entanto, as divergências políticas e as tensões regionais continuam a dificultar o avanço de um acordo de paz duradouro. A situação permanece delicada, exigindo esforços conjuntos para garantir a estabilidade na região.
Trump propõe controle dos EUA sobre a Faixa de Gaza
Em uma entrevista à Fox News, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país planeja assumir o controle da Faixa de Gaza no pós-guerra entre Israel e Hamas. Ele declarou que os EUA ‘seriam os donos’ do território e que os palestinos não poderiam retornar após a retirada de palestinos. Trump sugeriu ainda que os palestinos fossem realocados para países como Jordânia e Egito, onde teriam acesso a moradias e melhores condições de vida, enquanto Gaza seria transformada em um resort.
Repercussão internacional e críticas ao plano
As declarações de Trump geraram forte repercussão internacional e foram duramente criticadas pela Autoridade Palestina e pelo Hamas. Membros do grupo afirmaram que as garantias negociadas pelos Estados Unidos durante o cessar-fogo perderam validade após as falas do ex-presidente. Diante do aumento das tensões, os mediadores responsáveis por coordenar os esforços para o cessar-fogo decidiram adiar novas rodadas de negociações.
Dificuldades no avanço do acordo de paz
O Hamas anunciou que atrasaria a libertação de reféns, acusando Israel de violar os termos do cessar-fogo, que está em vigor há três semanas. Autoridades egípcias expressaram preocupação com a possível suspensão do acordo. O acordo construído em janeiro de 2024, após mais de 14 meses de conflito, prevê a aplicação de um plano em três fases. Atualmente, o cessar-fogo está na primeira etapa, que inclui o fim dos ataques, a libertação de reféns e a retirada de tropas israelenses da Faixa de Gaza.
Negociações para a segunda fase do acordo
Na semana passada, as partes se reuniram para discutir a segunda fase do acordo de paz. Nessa etapa, o Hamas libertaria os reféns restantes, enquanto Israel soltaria mais prisioneiros palestinos. A terceira fase do acordo, que ainda está em discussão, prevê a reconstrução da Faixa de Gaza e a definição de quem assumirá o governo do território.
Contexto histórico do conflito
O conflito entre Israel e Hamas teve início em outubro de 2023, quando o grupo atacou Israel, resultando em mais de 1,2 mil mortes. Em resposta, Israel bombardeou a Faixa de Gaza, causando mais de 40 mil vítimas. O cessar-fogo foi assinado após intensas negociações, mas a suspensão de hostilidades permanece frágil, com ambas as partes acusando-se mutuamente de descumprir os termos do acordo.
Desafios para a reconstrução e estabilidade
A reconstrução da Faixa de Gaza e a definição de um governo estável para o território são desafios centrais no pós-guerra entre Israel e Hamas. Enquanto isso, a comunidade internacional aguarda um posicionamento claro dos Estados Unidos sobre sua participação contínua nas negociações, essencial para garantir a manutenção do cessar-fogo e a concretização de uma trégua duradoura.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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