Fiocruz revela que 44,2% dos óbitos até 14 anos ocorreram de 0 a 5 anos; grupo de 10 a 14 anos mais infectado. Maior gravidade na faixa etária mais nova.
Dados recentes apontam que os casos de dengue têm aumentado significativamente em diversas regiões do país. A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pode se manifestar de forma leve, moderada ou grave, sendo essencial estar atento aos sintomas para um diagnóstico precoce.
Infecções pela dengue podem levar a complicações sérias, resultando em hospitalizações e até mesmo óbitos confirmados. Por isso, a prevenção é fundamental: manter o ambiente limpo, livre de recipientes que acumulem água parada, utilizar repelentes e, quando disponível, vacinar-se contra a dengue. A vacina contra a dengue tem se mostrado eficaz na redução da incidência da doença e na prevenção de novos surtos.
Episódios de Dengue: Impacto na População Infantil
De acordo com o levantamento divulgado, a partir do início do ano até o dia 9 de março, dos óbitos confirmados de pacientes de 0 a 14 anos, 44,2% ocorreram na faixa de 0 a 5 anos. Destaca-se que o grupo de 10 a 14 anos, que é elegível para receber a vacina contra a dengue, apresenta maior incidência de infecções pela doença transmitida pelo Aedes aegypti.
O cenário atual é marcado por uma crescente quantidade de casos de dengue desde as primeiras semanas de 2024 e, na semana passada, registros apontaram que o número de casos de dengue no Brasil ultrapassou os dados registrados em todo o ano de 2023, com 1.937.651 casos da doença e 630 mortes confirmadas. Além disso, há 1.009 óbitos sob investigação ativa.
O volume de notificações até o momento é o maior dos últimos dez anos. Em fevereiro, o ministério da saúde estimou que a quantidade de casos de dengue no país poderia atingir a marca de 4,2 milhões em 2024, representando um recorde preocupante.
O estudo, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (FMP/Unifase), se baseou em informações provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Dentre as notificações, foram identificados 239.402 casos em crianças até 14 anos, com 41,8% desses ocorrendo na população de 10 a 14 anos.
Incidência de Dengue por Faixa Etária
Em segundo lugar, ficou evidenciada a faixa etária de 5 a 9 anos (33,7%), seguida do grupo de menores de 5 anos (24,5%). Quando analisamos as mortes de crianças por dengue, percebemos a maior gravidade para os pequenos. O registro aponta 52 óbitos, dos quais 36 estão em processo de análise e 16 foram confirmados.
Neste contexto, os óbitos estão predominantemente concentrados na população abaixo de 5 anos (44,2%) e reduzem para 23,1% entre jovens de 10 a 14 anos. Na faixa de 5 a 9 anos, o índice é de 32,7%, evidenciando a impactante situação vivenciada pelas crianças brasileiras em relação à dengue.
Avanço da Vacinação contra a Dengue
O Distrito Federal e o estado de Goiás foram os primeiros a receber doses da vacina contra a dengue, marcando o início da campanha de imunização que, até o momento, está centralizada na faixa dos 10 aos 14 anos de idade. Além dessas áreas, outros estados como Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, e mais diversos outros, receberão vacinas, com destaque para municípios com alta predominância do sorotipo 2 da doença e elevados números de notificações nas últimas décadas.
Essas localidades também apresentam índices consideráveis de infecção nos últimos dez anos, justificando a seleção do grupo prioritário para a vacinação por ser a faixa etária mais afetada por episódios de dengue que resultam em internações.
Reações Adversas à Vacina e Estratégias de Proteção
Neste mês, o Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica com dados sobre eventos adversos relacionados à vacina contra dengue, a Qdenga, incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e destinada ao público de 10 a 14 anos. Entre as 365 mil doses aplicadas, houve 529 notificações, incluindo 70 reações alérgicas como hipersensibilidade e anafilaxia, consideradas raras.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de continuar levando as crianças aos postos de vacinação para protegê-las contra infecções provenientes do mosquito Aedes aegypti, salientando a relevância da imunização como medida preventiva para conter a propagação da dengue no país.
Fonte: @ Veja Abril
Comentários sobre este artigo