Evento homenageou Nêgo Bispo, professor e pensador quilombola, criando a Escola Nacional Negro Bispo de saberes Indígenas, afro-brasileiros e quilombolas, em parceria com universidades federais.
O Ministério da Educação, em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco, promoveu recentemente o 1º Seminário Antônio Bispo dos Santos sobre Educação Intercultural Indígena-Quilombola Antirracista. Este evento objetivou discutir e debater sobre a importância do ensino em contextos específicos de diferentes grupos sociais. Além disso, este seminário também buscou capacitar educadores para atuarem de forma mais eficaz na promoção da diversidade cultural em ensino.
É de suma importância que a educação possa ser oferecida de forma igualitária e acessível à população, garantindo o direito à diversidade cultural. Além disso, o ensino pode ser uma ferramenta eficaz na promoção da inclusão social e da aprendizado. No entanto, é preciso que ensino seja oferecido de forma contextualizada, atendendo às necessidades específicas de cada grupo social, como é o caso do Educação Intercultural Indígena-Quilombola Antirracista. Assim, é possível que todos tenham acesso a ensino de qualidade, promovendo assim a igualdade social.
Encontro Semiário: Ampliando o Debate sobre Política de Educação Intercultural e Antirracista
O encontro reuniu representantes de comunidades quilombolas e indígenas, acadêmicos, movimentos sociais e parlamentares para discutir os avanços e desafios das políticas de ensino intercultural e antirracista. O objetivo foi compartilhar experiências pedagógicas de ativistas, lideranças comunitárias, professores e gestores do curso de pós-graduação lato sensu em Educação Intercultural Indígena-Quilombola Antirracista, oferecido pelo IFPE no Campus Garanhuns.
A primeira turma leva o nome do mestre de saberes Nêgo Bispo, do quilombo Saco do Curtume, no Piauí, em homenagem à sua contribuição enquanto educador, lavrador e poeta contracolonial. Nêgo Bispo atuou como docente do componente curricular ‘Saberes Indígenas e Quilombolas e Decolonialidade’, destacando a importância da educação intercultural e antirracista na sociedade brasileira.
O seminário coincide com a criação da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq), do MEC. Instituída pela Portaria nº 470/2024, a Pneerq visa enfrentar as desigualdades étnico-raciais e valorizar as políticas educacionais para a população quilombola. O evento buscou ampliar o debate sobre os avanços e desafios das políticas de educação intercultural e antirracista, promovendo o intercâmbio de experiências e conhecimentos.
Desafios e Oportunidades na Educação Intercultural e Antirracista
A secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo, destacou a importância do seminário e do evento de receber a comunidade quilombola e indígena no MEC. Figueiredo ressaltou que o governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está retomando as ações de inclusão dessa parte da população, que, durante muito tempo, foi excluída e invisibilizada pela sociedade.
‘A gente está tentando, com muita rapidez, retomar aquilo que ficou para trás. É um orgulho saber que a gente está dando conta de construir isso junto com vocês’, ressaltou a secretária. Além disso, Figueiredo anunciou a criação da Escola Nacional Negro Bispo de saberes tradicionais indígenas, afro-brasileiros e quilombolas, em institutos federais e espaços organizados pelas universidades.
A Importância da Memória e Identidade
A Escola Nacional Negro Bispo visa cultivar a memória afetiva, ancestral e identidade da população quilombola e indígena. Os mestres e mestras terão as suas bolsas como professores de mestrado e doutorado, e a Escola chegará aos institutos federais e universidades para promover a inclusão e o desenvolvimento da educação intercultural e antirracista.
A Escola Nacional Negro Bispo também visa ocupar todos os espaços, criando oportunidades para os quilombolas e indígenas se tornarem professores e educadores, garantindo que a memória e o legado de Nêgo Bispo sejam preservados. Como ele mesmo dizia, ‘tudo é sempre começo, meio e começo’, ressaltando a importância da continuidade e do desenvolvimento da educação intercultural e antirracista.
Fonte: © MEC GOV.br
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