Constatações do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da UFF mostram disputa de grupos criminais na região metropolitana fluminense, com mandados de busca e apreensão e retaliações por morte/ataque.
A eficiência das operações policiais na região metropolitana fluminense, nos últimos anos, foi marcada por uma taxa alarmantemente baixa, de apenas 1,4%. Isso significa que, em média, apenas uma em cada 70 ações policiais foi considerada eficaz. A falta de eficiência é um problema crônico que afeta a segurança pública e a confiança da população nas instituições policiais.
Considerando as ações que foram razoavelmente positivas, a taxa de eficiência das mais de 22 mil ações da polícia não chega a 16%. Isso é um indicativo de que a produtividade das operações policiais pode ser melhorada. Além disso, é fundamental avaliar a eficácia das estratégias adotadas pela polícia e identificar áreas de melhoria para aumentar o desempenho das operações. A busca pela eficiência é um desafio constante que exige uma abordagem inovadora e eficaz para melhorar a segurança pública.
Eficiência nas Operações Policiais: Um Desafio na Região Metropolitana Fluminense
Um levantamento realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), revelou que a eficiência nas operações policiais na região metropolitana fluminense é um desafio a ser superado. Os pesquisadores analisaram as operações policiais com base em três critérios, atribuindo notas para avaliar a eficácia, produtividade e desempenho dessas ações. As operações mais bem avaliadas foram aquelas que resultaram em prisões e apreensões, sem causar mortes ou feridos, e que tiveram como motivação o cumprimento de mandados judiciais ou o atendimento a demandas urgentes da população.
A nota máxima atribuída foi de 15 pontos, enquanto a nota mínima foi de -12 pontos. Fatores como a não ocorrência de mortes resultaram em nota positiva de 4 pontos, enquanto as ações com três mortes ou mais resultaram em perda de 5 pontos. As operações com notas 14 ou 15 foram consideradas eficientes, enquanto as com resultado entre 11 e 13,5 foram consideradas razoavelmente eficientes. As operações com notas entre 7 e 10,5 pontos foram consideradas pouco eficientes, e as com notas entre 1 e 6,5 foram consideradas ineficientes. As operações com 0,5 ponto ou menos foram classificadas como desastrosas.
Resultados Desanimadores
Dos 22 mil operações analisadas, 8,9% foram consideradas desastrosas, 30% ineficientes e 45,3% pouco eficientes. Em 2021, a pesquisa havia constatado que a eficiência era de 1,7% e as razoavelmente eficientes, 13,4%, enquanto as operações desastrosas eram 12,5%. Esses resultados desanimadores revelam a necessidade de melhorar a eficiência das operações policiais na região metropolitana fluminense.
O pesquisador Daniel Hirata afirma que esses resultados são um grande indicador da disfuncionalidade da segurança pública no Rio de Janeiro. ‘É evidente que as operações policiais são instrumentos necessários, dado o cenário conflagrado da cidade. Mas essas operações se rotinizaram e acabaram se transformando nos elementos únicos da ação pública nessa área’, afirma. ‘E não tivemos um sistema de controle que pudesse pensar em maior eficiência dessas ações’.
Consequências das Operações Ineficientes
Uma operação policial recente no complexo de favelas de Israel, na zona norte da cidade, para reprimir os roubos de veículos e de cargas na região, teve que ser suspensa depois de algumas horas, depois que seis civis foram baleados, dos quais três acabaram morrendo. A operação causou vários transtornos às redes públicas de saúde e educação e também ao trânsito na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, e ao transporte público na área. Segundo a Polícia Militar, apenas uma pessoa foi presa e duas granadas foram apreendidas.
Em resposta a essa operação ineficiente, o governo do Rio de Janeiro decidiu reforçar o policiamento na Avenida Brasil e nas principais vias de acesso. Os batalhões operacionais da Polícia Militar atuam com adicional de viaturas, motopatrulhas e helicópteros para manter a segurança de quem trafega e mora no entorno da principal via expressa do Rio. A decisão de intensificar o policiamento da área foi tomada pelo governador Cláudio Castro.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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