Maior visibilidade ao climatério e busca por qualidade de vida revelam mercado tímido, mas com números grandiosos, segundo Organização Mundial de Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
No Brasil, a mulher vive mais e passa uma grande parte da vida fora do seu período reprodutivo, o que abre espaço para um novo mercado em crescimento: o do climatério. Essa fase de transição é marcada por mudanças físicas e emocionais que afetam a qualidade de vida das mulheres, criando oportunidades para empresas que oferecem produtos e serviços especializados.
A menopausa, que é o marco final da transição da vida fértil para a não fértil, é um momento crítico para as mulheres. Durante essa fase, elas podem experimentar sintomas como ondas de calor, alterações de humor e problemas de sono, o que pode afetar sua saúde e bem-estar. O mercado do climatério oferece soluções para esses problemas, desde tratamentos médicos até produtos de cuidado pessoal e serviços de apoio emocional. A chave para uma transição saudável é a informação e o apoio.
O Climatério: Um Novo Capítulo na Vida das Mulheres
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2030, mais de 1 bilhão de mulheres estarão na fase do climatério, um período marcado pela transição da vida fértil. No Brasil, a expectativa de vida para as mulheres é de 79 anos, segundo o Censo 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que as mulheres brasileiras viverão cerca de um terço de sua vida fora do período fértil, experimentando os efeitos das mudanças hormonais no corpo.
O climatério é um período complexo, com mais de 70 sintomas catalogados. A literatura médica afirma que 80% das mulheres os experimentam, mas a ginecologista Beatriz Tupinambá, especialista no assunto, rebate essa afirmação. ‘Isso é uma grande mentira’, diz ela. ‘As outras 20% também são afetadas, mas não apresentam os sintomas-padrão. Elas nem percebem que o que sentem está relacionado à menopausa.’
O Mercado do Climatério: Uma Oportunidade em Crescimento
Algumas empresas e profissionais da área de saúde e bem-estar estão se preparando para atender às necessidades desse público, oferecendo alternativas para amenizar as principais consequências incômodas do climatério. No entanto, Layla Vallias, cofundadora do Data8, empresa de pesquisas com foco no público 50+, acredita que o mercado ainda não é visto de forma holística como deveria ser. ‘A economia climatérica é algo a ser muito mais 360 graus do que trabalhando pontualmente’, afirma.
Áurea H. P.Ribeiro, professora da Fundação Dom Cabral (FDC), defende a abordagem de ecossistema, com a oferta de soluções integradas, o que amplia as oportunidades de atender a mais necessidades do público-alvo. ‘Clientes querem facilidade e buscam soluções em um único lugar. Isso faz com que fidelizem’, afirma.
Em termos de segmento, o hormonal foi o mais lucrativo em 2022 no Brasil, segundo análise da empresa de consultoria e tecnologia de pesquisa de mercado Grand View Research, e gerou uma receita de US$ 13,1 milhões. Até 2030, espera-se que a indústria da menopausa atinja US$ 1 bilhão no mundo todo.
A Revolução Climatérica: Uma Mudança de Paradigma
O envelhecimento populacional é uma das principais causas para essa revolução climatérica, mas não a única. ‘Sofre muita influência pela voz de quem está passando por isso agora’, observa Vallias. ‘As baby boomers [nascidas entre 1945 e 1964] já passaram pela menopausa, mas as mulheres da geração X [1965 até 1980] não querem envelhecer caladas. Já viveram tantas coisas que, neste momento da menopausa, estão falando sobre esse tema e levantando a discussão.’
Famosas brasileiras, como Angélica, Cacau Protásio, Ingrid Guimarães e Luana Piovani, estão compartilhando suas vivências e os tabus que ainda cercam o tema, despertando o interesse de outras mulheres. O climatério é um novo capítulo na vida das mulheres, e é hora de abordá-lo de forma holística e integrada.
Fonte: @ PEGN
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