Representantes da educação discutem desafios na expansão do ensino médio noturno, destacando condições necessárias e oportunidades de estudo.
Uma das questões mais discutidas sobre a reforma do ensino médio é a inclusão do ensino médio noturno. As novas diretrizes exigem que cada cidade disponha de pelo menos uma escola pública que ofereça ensino médio regular durante a noite, desde que haja interesse dos alunos.
Essa mudança visa promover a acessibilidade e a flexibilidade no ensino secundário, garantindo que mais estudantes tenham a oportunidade de concluir essa importante etapa da educação média. Oferecer o ensino médio em horários alternativos é fundamental para atender às necessidades dos alunos que não podem frequentar a escola durante o período diurno.
Desafios e mudanças no Ensino Médio Noturno
O texto ressalta a importância de garantir a igualdade de condições no acesso, permanência e conclusão do ensino médio para todos os estudantes, possibilitando as condições necessárias para a aplicação prática dessa etapa de ensino durante a noite. Os Estados são os responsáveis por oferecer o ensino médio em seus territórios, regulando os detalhes.
Secretários de educação e estudantes já expressam preocupação com o assunto. Abaixo, compreenda as principais alterações e os desafios levantados por estudantes e secretários da educação em relação ao ensino médio noturno.
Horário e Carga Horária
A carga horária do ensino noturno deve ser equivalente à dos outros turnos, totalizando 3.000 horas ao longo de três anos, com 200 dias letivos por ano e cinco dias por semana. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas argumenta que o aumento da carga horária desconsidera que o ensino noturno é a principal oportunidade de estudo para alunos que trabalham durante o dia, podendo afetar o interesse e a permanência desses estudantes na escola.
Os secretários de educação veem a mudança como uma política de expansão do ensino médio noturno, enfrentando desafios operacionais para ajustar as aulas nesse turno. A necessidade de aumentar a carga horária dos turnos diurnos dificulta a organização do tempo, já que as aulas noturnas teriam que começar mais cedo.
Oferta e Demanda
Uma grande mudança é que a oferta do ensino médio noturno não será automática. Segundo as determinações, cada município deve oferecer o modelo em pelo menos uma escola, somente quando houver demanda manifesta e comprovada para matrícula. A UBES considera que essa exigência reduzirá significativamente a oferta do ensino médio noturno em muitas regiões, podendo até eliminar a oportunidade em algumas localidades.
Os secretários de educação destacam que regular a oferta do ensino médio à noite será um desafio. A definição do que constitui demanda e quando ela será suficiente para justificar a abertura de uma turma noturna é uma questão que ainda não está clara no texto aprovado. Além disso, a disparidade territorial e populacional entre os municípios pode distorcer a demanda em cada cidade.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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