Pessoas em situação irregular, negados visto, Agência para a Integração
O governo de Portugal anunciou no sábado (3) que vai notificar 18 mil imigrantes para que deixem o país a partir desta semana. Essa medida afetará diretamente a vida desses imigrantes, que terão que se adaptar a uma nova realidade. A decisão do governo português pode ter consequências significativas para a economia e a sociedade do país, especialmente em relação à mão de obra e à integração dos imigrantes.
A notificação desses imigrantes para que deixem o país pode levar a uma série de desafios para os estrangeiros e refugiados que vivem em Portugal. Além disso, a medida pode afetar a vida de migrantes e expatriados que têm laços familiares ou profissionais no país. É importante lembrar que os imigrantes são residentes que contribuem para a economia e a cultura de Portugal, e que a decisão do governo deve ser cuidadosamente avaliada para evitar consequências negativas. A integração é fundamental e a cooperação internacional é essencial para resolver essas questões complexas e encontrar soluções que beneficiem todos os envolvidos, incluindo os imigrantes e os residentes.
Integração de Imigrantes
A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima) informará os primeiros 4.574 imigrantes nos próximos dias, notificando-os a deixar o país voluntariamente em 20 dias. De acordo com o governo português, esses imigrantes estão em situação irregular e tiveram seus pedidos de visto negados. Se não saírem dentro do prazo estipulado, poderão ser detidos e deportados à força, o que tem gerado preocupação entre os imigrantes, incluindo estrangeiros, refugiados, migrantes, expatriados e residentes. A medida é anunciada duas semanas antes das eleições gerais antecipadas de 18 de maio, que vão renovar o parlamento e dar origem ao novo governo, e na véspera do início da campanha eleitoral, o que tem levantado suspeitas de conflito de interesses.
O governo de centro direita liderado pelo Partido Social Democrata (PSD) perdeu um voto de confiança do Parlamento português em março, após um escândalo de conflito de interesses envolvendo uma empresa da família do premiê e líder social-democrata, Luis Montenegro. O assunto dominou os primeiros debates entre os candidatos na semana passada, com associações de imigrantes e a oposição mais à esquerda acusando o governo de criar uma cortina de fumaça para mudar o assunto da campanha e tirar votos da extrema direita. Imigrantes sem documentos disseram estar apreensivos, incluindo brasileiros, que são o maior grupo de estrangeiros em Portugal, superando 550 mil pessoas.
Impacto sobre Imigrantes
Embora detalhes não tenham sido divulgados, o Valor apurou que há brasileiros na lista de imigrantes a serem deportados. Tanto o consulado quanto a embaixada brasileira disseram à imprensa local que vão cobrar explicações das autoridades portuguesas. O número de imigrantes deportados pode aumentar, já que há mais de 110 mil pedidos de regularização em análise, o que tem gerado preocupação entre os imigrantes, incluindo migrantes, expatriados e residentes. Montenegro, que faz campanha para continuar como premiê, criticou em um comício no final de semana, o partido de extrema direita Chega, que tem um discurso anti-imigração, dizendo que o grupo político é ‘destrutivo’. Ele culpou a situação atual à política de imigração do governo anterior, do Partido Socialista (PS), hoje liderado pelo seu adversário Pedro Nuno Santos.
Já o líder do PS disse à televisão RTP que o baixo número de imigrantes notificados mostra que a porcentagem dos que entraram em forma ilegal é reduzida. ‘Mas a Aima está fazendo o seu trabalho’, disse Santos. Com medo de represálias, imigrantes brasileiros conversaram com o Valor sob a condição de anonimato. Um pernambucano de 23 anos que trabalha em um restaurante sem contrato disse que espera há mais de seis meses pelo documento. ‘Eles só são ágeis para cobrar as taxas’, disse ele, que pagou cerca de 150 euros (R$ 950) para fazer o pedido da regularização. ‘O governo está nos dizendo ‘volta para a sua terra’’, disse uma brasileira do Rio de Janeiro de 32 anos que chegou como turista há três anos e até hoje não tem documentação. Ela afirma que, nos últimos anos, notou um aumento dos ataques xenófobos, o que é confirmado por dados oficiais que mostram que denúncias de xenofobia cresceram 142% nos últimos anos.
Desafios para Imigrantes
Portugal tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas e vivem no país cerca de 1,6 milhão de imigrantes, incluindo estrangeiros, refugiados, migrantes, expatriados e residentes. O número de brasileiros é o maior entre os estrangeiros em Portugal, superando 550 mil. Nos últimos anos, no entanto, houve aumento da chegada de imigrantes de outros países, o que tem gerado desafios para a integração desses imigrantes na sociedade portuguesa. A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima) tem um papel importante nesse processo, trabalhando para garantir que os imigrantes tenham acesso a serviços e recursos necessários para se integrarem à sociedade portuguesa. No entanto, a medida de deportar imigrantes em situação irregular tem gerado preocupação entre os imigrantes e as organizações que os apoiam, que temem que isso possa levar a uma aumento da xenofobia e da discriminação contra imigrantes.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo