Espaço de discussão sobre bem estar e alimentação saudável com influência do sorvete congelado, nobres romanos e história de gelatos densos
No verão, quando o calor se torna insuportável, um gelado é a melhor opção para se refrescar. E, na praia, não há nada melhor do que se aproximar de um carrinho de picolé e escolher entre as muitas opções de sabores disponíveis.
Enquanto as crianças brincam no areal, os adultos aproveitam a oportunidade para se refrescar com um gelado. E, se você for um amante de sorbetes, pode optar pelo sabor de frutas, como açaí ou manga. Mas, se preferir algo mais tradicional, o gelado de vainil é uma escolha segura. E, se estiver com sorte, pode ainda ganhar um Chicabon – ou, pelo menos, um sorriso gélido!
Um prazer congelado de quatro milênios
O sorvete que saboreiamos hoje em dia nasceu na China há quatro milênios, como uma sobremesa gelada de leite e arroz. Era uma iguaria nobre, como também acontecia na Roma Antiga. Diz-se que Nero mandava buscar neve no Etna para misturá-la com frutas e mel. Eram os gelados densos e leves sorbets que se espalhavam pela elite de seu país. Foi a italiana Catarina de Médicis quem introduziu o sorvete na corte francesa, ao se casar com Henrique 2º. Ao longo dos séculos, o sorvete se diversificou e popularizou, mas a versão gelada era uma raridade. Os nobres romanos e os venezianos, como Marco Polo, eram os principais consumidores de sorvete. A vaivéns da história, o sorvete se espalhou por toda a Europa, mas era ainda uma iguaria para os ricos.
Um revolucionário do século 19
No século 19, o sorvete revolucionou o mundo. Com o invento de máquinas capazes de produzir em escala a variante mais comum, a de massa, servida em cones ou taças, o sorvete se tornou acessível a todos. Foi essa época que o sorvete desembarcou no Brasil, trazido por 217 toneladas de gelo a bordo do navio americano Madagascar, que atracou no Rio em agosto de 1834. A carga deu origem à primeira sorveteria do país, e a versão industrializada só chegou ao Brasil mais de cem anos depois, vinda da China. Em 1941, um fabricante americano estabelecido em Xangai, fugindo da guerra com o Japão, veio dar no Rio.
Um negócio da China
E, com a popularização das geladeiras domésticas, as latas da Kibon passaram a fazer parte dos almoços de família. O sorvete pode até ser um negócio da China, mas se aclimatou muito bem por aqui, graças ao calor e à fartura de sabores tropicais. A versão de picolé, com iogurte light e frutas congeladas, é uma opção bem menos calórica. E, como toda sobremesa, é difícil encontrar quem não goste de ao menos uma de suas tantas variantes. O choque do frio causava um pico de atividade das ondas alfa, responsáveis pela concentração. Associado como é às atividades típicas da estação, o sorvete é o sabor do pôr do sol, do passeio na brisa morna da tarde.
Fonte: @ Veja Abril
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