Mulher perdeu a guarda do bebê após batalha legal, entregue aos pais biológicos após exame de DNA.
Uma mulher que realizou um processo de fertilização in vitro nos Estados Unidos enfrentou uma situação surpreendente ao descobrir que o bebê que deu à luz não possuía vínculo genético com ela. O caso, que chamou a atenção internacional, levantou questões importantes sobre os protocolos de segurança em clínicas de fertilização in vitro e a necessidade de maior rigor nos procedimentos.
O tratamento de fertilização, que deveria garantir a utilização dos embriões corretos, falhou em um dos momentos mais críticos. Especialistas em reprodução assistida destacam que situações como essa são raras, mas reforçam a importância de medidas preventivas. A segurança dos pacientes deve ser prioridade absoluta em qualquer procedimento médico. Além disso, a inseminação artificial e outros métodos de reprodução assistida precisam ser acompanhados de perto para evitar erros que possam impactar vidas de forma irreversível.
O Caso de Krystena Murray e a Fertilização In Vitro
Krystena Murray, residente na Geórgia, iniciou um tratamento de fertilização em uma clínica especializada, mas só percebeu o erro no dia do parto, em dezembro de 2023, ao notar que a criança era negra, enquanto ela e o doador de esperma eram brancos. O caso, que agora se tornou um processo judicial contra a clínica Coastal Fertility Specialists, resultou na perda da guarda do bebê. Segundo Murray, a descoberta trouxe um grande choque emocional e, mesmo após decidir criar a criança, a clínica localizou os pais biológicos, que exigiram a custódia. Para evitar uma batalha legal que poderia ser desgastante e difícil de vencer, a mulher decidiu entregar o bebê, então com cinco meses de idade.
O Erro no Processo de Reprodução Assistida
No processo, ela diz que o erro foi ‘extremo e ultrajante’ e a transformou ‘involuntariamente em uma barriga de aluguel contra sua vontade para outro casal’. Murray relatou que o tratamento de fertilização ocorreu dentro dos protocolos usuais. Ela passou pelo estímulo hormonal, teve seus óvulos coletados e fertilizados com o esperma do doador escolhido e engravidou na segunda tentativa de implantação do embrião. Tudo parecia normal até o dia do parto, quando percebeu que o bebê não correspondia à sua genética.
A Confirmação do Erro e a Entrega do Bebê
O exame de DNA confirmou que a criança não era biologicamente sua. Quando Murray entrou em contato com a clínica para entender o ocorrido, a instituição reconheceu o erro e informou os pais biológicos do bebê, que entraram na Justiça para obter a guarda da criança. Sem muitas opções, Murray decidiu entregar o filho em maio de 2023. Desde então, ela não teve mais contato com a criança. ‘Eu nunca me senti tão violada, e essa situação me deixou emocional e fisicamente destruída. Passei minha vida inteira querendo ser mãe. Amei, nutri e carreguei meu filho, e faria literalmente qualquer coisa para mantê-lo’, desabafou Murray em uma coletiva de imprensa virtual.
O Impacto Emocional e a Batalha Legal
Murray afirmou que, apesar do choque inicial, criou um vínculo com o bebê e viveu meses de incerteza sobre o que aconteceria. No período após o nascimento, evitou postar fotos do filho nas redes sociais ou apresentá-lo a amigos e familiares, temendo que a situação fosse descoberta. ‘Se essa criança não era minha geneticamente, de quem era? E poderiam tirá-lo de mim?’, relatou sobre seus pensamentos após o parto. Quando foi informada sobre a identidade dos pais biológicos, Murray sabia que enfrentaria uma disputa judicial difícil.
Os Riscos da Fertilização In Vitro
‘Eu já conhecia os riscos da fertilização in vitro‘, afirmou, mencionando possíveis complicações médicas como sangramentos e infecções. ‘Mas nunca considerei a possibilidade de dar à luz uma criança que não fosse geneticamente minha.’ O caso de Krystena Murray destaca os desafios e riscos associados à reprodução assistida, especialmente quando há falhas no processo de inseminação artificial. A situação também levanta questões éticas e legais sobre a responsabilidade das clínicas de fertilização e os direitos dos envolvidos.
O Futuro Incerto e as Consequências
Desde a entrega do bebê, Murray tem lutado para superar o trauma emocional causado pelo erro na fertilização in vitro. O caso continua em andamento na Justiça, com a mulher buscando reparação pelos danos sofridos. A história serve como um alerta para aqueles que consideram a reprodução assistida como uma opção, destacando a importância de escolher clínicas confiáveis e estar ciente de todos os riscos envolvidos.
Fonte: @ Hugo Gloss
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