Relatório de VEJA alerta sobre locais preocupantes que costumam apresentar um crescimento de aranhas, serpentes e vetores transmissores de doenças.
Em um anúncio publicado na última sexta-feira, 14, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) destacou o crescimento de várias doenças e demais problemas alarmantes que geralmente afetam regiões atingidas por desastres naturais, como as inundações no Rio Grande do Sul.
É fundamental estar atento aos sinais de possíveis enfermidades que podem surgir em situações de calamidade, pois as doenças e males podem se propagar rapidamente nessas circunstâncias desafiadoras. A prevenção e o cuidado com a saúde são essenciais para minimizar os impactos das patologias e garantir o bem-estar da população afetada.
Preocupações com Doenças e Outras Enfermidades Após Inundações
Assim como destacado recentemente na capa de VEJA, a inquietação reside no aumento de ocorrências de doenças respiratórias e gastrointestinais, lesões físicas e acidentes com animais peçonhentos, que tendem a surgir dentro das residências com a diminuição das águas, além de doenças transmitidas por vetores, especialmente a dengue e a leptospirose, algo que historicamente registra picos nos meses posteriores às enchentes e já é antecipado pelos estudiosos do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz).
Com a elevação do nível das águas, há a possibilidade de mais incidentes com aracnídeos e répteis, o que aumenta o perigo da propagação de doenças transmitidas por água contaminada e vetores’, explicou Diego Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde, em comunicado da Fiocruz.
Os pesquisadores também ressaltaram agravamento desses quadros devido às condições precárias de saneamento dos locais afetados e à dificuldade de acesso aos cuidados médicos, que permanece como um desafio.
‘A sobreposição desses riscos, nos mesmos locais e no mesmo período, demanda do sistema de saúde uma capacidade maior de realizar diagnósticos diferenciais e de identificar os casos mais graves, que necessitarão de internação hospitalar ou tratamento especializado’, afirmou o pesquisador.
Impactos das Doenças Agudas e Outras Patologias
O relatório destaca o aumento de casos de covid-19, gripes e resfriados, devido às aglomerações de pessoas nos abrigos. Também menciona a tuberculose e doenças gastrointestinais, como hepatite A e diarreia infecciosa, causadas principalmente pelo contato com água contaminada.
Além disso, há um alerta para as áreas de risco de animais peçonhentos, como vales, planaltos, a depressão central e o litoral norte do Estado – regiões historicamente mais propensas a acidentes desse tipo – e entre as obras de reconstrução das cidades afetadas, já que as vias estão repletas de resíduos e entulhos.
O documento técnico também ressalta a existência de 1.518 estabelecimentos potencialmente poluentes dentro da zona atingida pela inundação, principalmente em Porto Alegre, como indústrias, terminais de transporte, obras civis, comércios e depósitos – o que pode expor a população a substâncias nocivas nos meses seguintes ao desastre ambiental.
Desafios com Doenças Crônicas e Saúde Mental
Conforme estudo divulgado pelos cientistas da Fiocruz, as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e transtornos mentais, também geram preocupação, pois podem apresentar descontroles devido à interrupção do acesso a medicamentos e cuidados médicos.
E não podemos ignorar a saúde mental dos desabrigados, profissionais e voluntários que estão atuando na situação de emergência e que sofreram perdas de entes queridos, animais e bens materiais, propensos a desenvolver transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.
‘Este é um momento desafiador e muitos serviços ainda precisam ser restabelecidos,
Fonte: @ Veja Abril
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