Boletim InfoGripe alerta para aumento de síndromes respiratórias em crianças até 14 anos após volta às aulas, com destaque para vírus sincicial respiratório. Recomenda-se prevenção com vacina recombinante e anticorpo monoclonal nirsevimabe.
Crianças e adolescentes com até 14 anos são os mais impactados pelo crescimento de infecções virais relacionadas à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com o mais recente Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira, 20, a gripe, a covid-19 e o vírus sincicial respiratório (VSR) são os principais agentes causadores desses quadros. Infecções virais têm se tornado um desafio significativo para a saúde pública, especialmente entre os mais jovens.
Além disso, o relatório destaca que os vírus respiratórios estão em alta circulação, contribuindo para o aumento de doenças virais em todo o país. Surtos virais têm sido registrados com maior frequência, exigindo atenção redobrada das autoridades de saúde. É fundamental reforçar medidas preventivas, como vacinação e higiene, para conter a disseminação desses agentes infecciosos.
Impacto das infecções virais na saúde pública
O aumento de casos de infecções virais está diretamente relacionado à volta às aulas, período em que crianças e adolescentes passam mais tempo em ambientes fechados, facilitando a disseminação de vírus respiratórios. Dados referentes ao período de 9 a 15 de fevereiro mostram que, em crianças de até 2 anos, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foi causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por bronquiolite e pneumonia. O Ministério da Saúde anunciou recentemente a incorporação de uma vacina e de um medicamento para combater essa condição.
Risco elevado em crianças e adolescentes
Tatiana Portella, pesquisadora da Fiocruz, destacou que o crescimento de casos de SRAG na faixa etária infantojuvenil está associado à volta às aulas, onde o contato próximo e o compartilhamento de espaços favorecem a transmissão de doenças virais. Ela recomenda que crianças e adolescentes com sintomas gripais permaneçam em casa ou utilizem máscaras ao sair. Além disso, idosos também têm apresentado aumento nos casos de covid-19, reforçando a necessidade de vacinação a cada seis meses, conforme estratégia anunciada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2023.
Medidas preventivas contra infecções virais
Para reduzir a propagação de infecções virais, é essencial manter o calendário vacinal em dia, higienizar as mãos com frequência e evitar contato com pessoas que apresentem sintomas gripais. No caso do VSR, recomenda-se que visitantes evitem beijar as mãos de bebês, já que eles costumam levá-las à boca, e mantenham distância caso estejam gripados. Para crianças e adolescentes, a orientação é que pais ou cuidadores evitem levá-los à escola se apresentarem sintomas de síndrome gripal. Caso não seja possível o isolamento, o uso de máscaras de qualidade é fundamental.
Novas estratégias no SUS contra o VSR
Na última segunda-feira, 17 de fevereiro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas estratégias no Sistema Único de Saúde (SUS) para combater o VSR: o anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos com comorbidades, e a vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, administrada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida. A vacina contra o VSR, aprovada no Brasil em abril de 2024, deve ser aplicada entre a 24ª e a 36ª semanas de gestação.
Conclusão sobre surtos virais
A combinação de medidas preventivas, como a vacinação e o uso de máscaras, é crucial para controlar surtos virais e proteger populações vulneráveis, como crianças, adolescentes e idosos. A incorporação de novas tecnologias, como o anticorpo monoclonal nirsevimabe e a vacina recombinante, representa um avanço significativo no combate às doenças virais, especialmente em períodos críticos como a volta às aulas.
Fonte: @ Veja Abril
Comentários sobre este artigo