Grupos de funcionários da limpeza urbana atuam há 25 anos em teatro de portas abertas, praças, ruas e escolas. Realizaram mais de 12 mil apresentações, incluindo espetáculos musicais, como na obra do gari-sambista Renato Sorriso. O trabalho visa conscientizar sobre a importância da limpeza urbana.
Na grande cidade, um grupo inovador está realizando um trabalho que vai além de resgatar o planeta: está atraindo atenção e chamar o olhar dos cidadãos. A partir de encenações teatrais e músicas, o grupo busca levar ao conhecimento de todos a importância da conservação ambiental e da responsabilidade que todos temos em relação ao meio ambiente. E não é apenas na grande cidade, mas também nas praias, ruas e escolas que este projeto é realizado.
A iniciativa de conscientização ambiental conta com a participação de personalidades notáveis, como Cauã Reymond, e, ainda, o talento de um gari, Renato Sorriso, que não apenas limpa o espaço público como também toca samba, demonstrando a importância de trabalhadores como funcionários de limpeza para o dia-a-dia da cidade. O impacto é notável, como visto no Pontal, onde o tempo de trabalho para limpeza caiu de cinco horas para apenas duas. Este é um exemplo de como a conscientização pode levar a resultados concretos.
Garis em Cena: Teatro de Portas Abertas, Praças, Rua e Escolas
Imagine o Cauã Reymond pedindo para você não jogar lixo na praia. Ele fez isso como convidado dos grupos teatrais nos quais os protagonistas são funcionários de limpeza urbana, trabalhadores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), do Rio de Janeiro.
O Poder do Teatro
Os grupos Chegando de Surpresa e Teatro de Portas Abertas existem há 25 anos, criados para conscientização ambiental. Quem melhor do que os garis para falar de limpeza urbana? Essas trupes reúnem uma dúzia de garis da Comlurb, que desempenham papel fundamental em praias, praças, ruas e, sobretudo, escolas – são visitadas de duas a três por dia, através do programa Escola mais Consciente. à frente na foto, Maria de Lourdes Reis e Silva, 59 anos, gari e atriz. Ela adora atuação e improvisos.
Garis Sambistas Renato Sorriso
‘Trabalhar com crianças é muito prazeroso. Eu me transformo em princesa, uso coroa e tudo. É uma super experiência, eu amo o que estou fazendo agora’, diz Maria de Lourdes Reis e Silva, 59 anos, conhecida como Flor. ‘Eu adoro esse improviso’, diz ator Flor faz parte dos grupos teatrais há dois anos. Carlos Alberto dos Santos, um pouco mais experiente na vida e nos palcos, tem 74 anos, 40 de Comlurb e 16 de atuação no grupo Teatro de Portas Abertas. Começou por acaso, cobrindo a ausência de um membro. ‘O pessoal achou que eu tinha jeito para a coisa e perguntou se eu podia cobrir essa falta. E estou lá desde então’, conta.
Teatro e Educação Ambiental
Nas ações em escolas, crianças são atraídas pelo espetáculo, aprendem e passam a cobrar ações corretas dos adultos. ‘Eu adoro trabalhar com o improviso do teatro. A gente tem um roteiro, mas normalmente acaba mudando por conta da interação com o público, as crianças’, diz Carlos Alberto dos Santos. Além de gostar de improvisar, ‘é muito gratificante ensinar as crianças, passar mensagens relacionadas ao meio ambiente. Acho muito importante o trabalho que fazemos’, diz o gari e ator.
Conscientização e Contagem de Resultados
Mais de 12 mil apresentações Os garis dos grupos teatrais são funcionários da limpeza, mas a atuação é um trabalho igualmente relevante. Leva conscientização e gera conteúdo comunicacional, com vídeos e fotos veiculados nas redes sociais. No ano passado, foram 500 apresentações. Nessa média, em 25 anos, passaram de 12 mil. Segundo a coordenadora de Comunicação Integrada da Comlurb, Ana Rebouças, é difícil mensurar os resultados obtidos pela atuação dos grupos teatrais. Mas ela tem um exemplo. Garis e atores do grupo Chegando de Surpresa. Horário de trabalho é dividido entre limpeza e apresentações. Foto: Divulgação Na Praia do Pontal, o trabalho junto aos banhistas economizou três horas de limpeza – demorava cinco, passou para duas. Nas praias, praças, ruas e, principalmente escolas, as crianças são o público.
Fonte: @ Terra
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