Dados da Polícia Federal revelam que 95,9% das armas registradas no Brasil estão em posse de homens. No Sistema Nacional de Armas, 1,2 milhão de armas estão cadastradas.
Dados da Polícia Federal revelam que quase 100% das armas registradas no território nacional estão sob posse de indivíduos do sexo masculino no Brasil.
Além disso, é importante ressaltar que o controle de armamentos é fundamental para garantir a segurança da população, evitando o uso indevido desses instrumentos que podem colocar vidas em risco.
Armas: Um Panorama dos Dados de Registro
Dados recentes da corporação revelam que, dentro do Sinarm (Sistema Nacional de Armas), há um total de 1,2 milhão de armas devidamente cadastradas, com registro ativo. Surpreendentemente, 95,9% dessas armas estão sob posse de homens, evidenciando uma clara disparidade de gênero nesse cenário.
A base de dados abrange uma variedade de armamentos, incluindo artefatos utilizados por caçadores de subsistência, instrumentos de defesa pessoal de cidadãos comuns, seguranças e servidores públicos. Esse panorama se estende também aos CACs, onde, em 2023, houve um processo de recadastramento das armas na Polícia Federal, totalizando 468.043 homens com armas, em comparação com 17.637 mulheres e 571 indivíduos que optaram por não divulgar suas informações.
A gestão do presidente Lula, no ano anterior, estabeleceu a obrigatoriedade do recadastramento de todas as armas dos CACs, que estavam sob a guarda do Exército, no Sinarm, sob a responsabilidade da Polícia Federal. Essa medida abrange todas as armas adquiridas a partir de maio de 2019, período marcado por flexibilizações durante a gestão de Jair Bolsonaro.
É importante ressaltar que a análise realizada não contemplou as armas presentes no Sigma, sistema militar de gerenciamento de armas, que não foram compartilhadas com a Polícia Federal. Nessa base de dados do Exército estão registradas as armas das Forças Armadas, órgãos de segurança pública e demais CACs.
Enquanto a predominância masculina na posse de armas é evidente, é alarmante observar que tanto armamentos do mercado legal quanto ilegal têm sido utilizados em 65% dos homicídios e feminicídios de mulheres no país. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 indicam um total de 3.930 homicídios de mulheres em 2023, dos quais 1.467 foram classificados como feminicídios.
Dentre esses casos, 63,6% foram perpetrados com armas de fogo, seguidos por armas brancas (18,7%), espancamento (5,1%), objetos contundentes (3,3%) e outras formas (9,4%). Estudos apontam que a presença de armas de fogo pode agravar a violência doméstica, tornando as mulheres e crianças as principais vítimas desse cenário.
A relação entre masculinidades frágeis e o uso de armas de fogo é uma questão complexa, como destacam especialistas. Bruno Langeani, consultor sênior do Instituto Sou da Paz, ressalta que, muitas vezes, a posse de armas está associada a uma busca por validação dentro de padrões tradicionais de masculinidade, que incluem características como agressividade e dominância.
Por outro lado, Roberto Uchôa, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, alerta para o fato de que a presença de armas nos lares pode aumentar o risco de violência doméstica e acidentes, reforçando a importância de abordar essa questão de forma ampla e consciente. A conexão entre estereótipos de gênero, armas de fogo e violência doméstica é um tema urgente que demanda atenção e ação efetiva.
Fonte: © TNH1
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