O Saldo do Dia é um índice que mede o desempenho da bolsa, com o valor de pontos em um pacote de ações, afetado por decisões fiscal e volume de negociações. Eles são geralmente expressos em moeda americana, mas as dívidas das empresas também têm impacto.
Com o desempenho do mercado em 2023 em alta, o Ibovespa chegou a alcançar uma alta de 22% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso levou muitos investidores a apostar em uma continuidade desse cenário, prevendo que o índice alcançaria 140 ou 145 mil pontos até dezembro de 2024.
Porém, as expectativas não se concretizaram e o Ibovespa encerrou o ano com uma queda de 10% em relação à metade do ano. Isso é um reflexo da volatilidade do mercado de ações, onde os preços das ações podem oscilar rapidamente em resposta a mudanças na economia e na política. Para os investidores que mantinham suas ações na carteira, essa desaceleração pode ter sido um golpe. Mas o mercado de ações continua a ser um lugar onde as apostas podem ser feitas, seja em uma bolsa com alta liquidez ou em uma carteira que tenha um índice bem diversificado.
Após Promulgação do Pacote Fiscal, a Bolsa Tem Mais Onde Caer
Às vésperas de uma temporada de festas, o apetite por riscos murchou e pouco provável que retorne tão logo. Neste Boletim Focus da segunda-feira (23), os economistas elevaram as projeções para inflação e juros, enquanto o dólar subiu novamente. Esse cenário desfavorável abre caminho para um período de negligência da bolsa. A deterioração das expectativas encontrou solo fértil no Congresso, onde o pacote fiscal foi promulgado, com reduções de gastos inferiores à proposta original do Executivo. Sem o estímulo, a Ibovespa desceu a 120.767 pontos, perdendo 1,09%. As perdas acumuladas no ano agora alcançam 10%, enquanto a variação mensal caiu para -3,90%. Em termos de volume de negociações, o movimento foi de R$ 15,1 bilhões, ligeiramente abaixo da média de R$ 16,3 bilhões dos últimos 12 meses. O fato é que os ativos brasileiros continuam a perder valor, com a Ibovespa em queda.
A desvalorização dos ativos é alimentada pela bomba que o Banco Central americano (Federal Reserve) jogou no mercado. No último encontro, a Fed foi além das expectativas ao anunciar que os juros permanecerão mais altos do que o esperado. Isso trouxe volatilidade para os ativos de risco e mais força para o dólar, que já é mais forte em relação ao real do que outras moedas. Além disso, os riscos fiscais internos também contribuem para a desvalorização.
A moeda americana voltou a subir 1,87% nesta segunda-feira, fechando a R$ 6,19. O dólar comercial avançou 3% em dezembro e já teve um aumento de 27,5% no ano. A renda fixa americana é mais segura, atraindo capital e desestimulando a atividade econômica. As taxas de juros altas encarecem as dívidas das empresas, afetando o valor das ações da bolsa. As projeções também fortalecem o dólar pela diminuição do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. E se os juros subirem nos EUA, os papéis brasileiros tendem a seguir o movimento, aumentando a probabilidade de aumento dos juros futuros.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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