Carteira brasileira cai após comunicado duro do Copom, contrariando índices de Nova York, que se fortaleceram com corte nas taxas dos EUA, afetando mercado doméstico e volume do mercado de capitais, com alta na taxa de juros e ajuste na curva de juros.
A alta dos juros continua a afetar o mercado financeiro brasileiro, especialmente o Ibovespa. A recente mudança no tom do comunicado do Banco Central fez com que os juros subissem, impactando negativamente os papéis ligados ao mercado doméstico. Isso ocorreu apesar da alta das ações da Petrobras e Vale, que são fundamentais para o índice.
No entanto, a alta dos juros também está relacionada às taxas de juros mais altas, que podem afetar a economia como um todo. Além disso, a Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, também está em alta, o que pode influenciar os prêmios dos investimentos. Com isso, o Ibovespa cedeu 0,47% e fechou em 133.123 pontos, mostrando a incerteza do mercado diante desses fatores econômicos. A volatilidade do mercado é um desafio para os investidores.
Impacto dos Juros no Mercado
O mercado financeiro nacional experimentou uma queda de 2,12% no mês e 0,79% em 2024, enquanto o volume financeiro atingiu R$ 16 bilhões, ainda abaixo da média diária dos últimos 12 meses, que é de R$ 16,6 bilhões. A decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25% afetou os ativos domésticos e reforçou a expectativa de mais aumentos nas próximas reuniões, levando a uma continuação do movimento de realização dos últimos dias, segundo Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Ele destaca que a decisão do Banco Central americano torna o mercado lá mais atrativo devido ao ambiente de juros mais baixos, que tende a beneficiar o desempenho das empresas. ‘Aqui, o contrário ocorre, com o aumento de juros novamente, que pode afetar os resultados das empresas no futuro’, completa. Os índices americanos tiveram um dia de forte alta, alcançando novos recordes.
Influência dos Juros na Economia Doméstica
A perspectiva de corte nos Estados Unidos e alta de taxas no Brasil beneficiou o real, enfraquecendo o dólar, que atingiu sua sétima queda consecutiva. A moeda americana recuou 0,70%, negociada a R$ 5,42. No mês, recuou 3,70%, mas ainda tem apreciação de 11,78% no acumulado do ano. Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset Management, afirma que o comunicado do Banco Central brasileiro reforçou a necessidade de juros contracionistas para garantir a convergência de inflação à meta e indicou que novos apertos serão necessários.
Diante dessa perspectiva, os papéis ligados à economia doméstica, menos dependentes do desempenho do mercado internacional, foram os mais penalizados. Varejistas, bancos e incorporadoras afundaram. As exportadoras tiveram um desempenho melhor, tanto nas commodities como as empresas de proteína animal. O grande destaque do dia foi a Vale, que subiu 1,27%, em mais um dia de valorização do minério de ferro.
Impacto dos Juros na Curva de Juros
Na curva de juros, o impacto de uma comunicação mais dura foi óbvio, com aumento do prêmio de ponta a ponta. As taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 saíram de 10,94% para 10,99%. Prêmios em contratos de mais curto prazo estão mais ligados às expectativas de investidores para a Selic. Já para janeiro de 2034, passaram de 11,93% para 12,03%. Essas taxas mais longas costumam medir o ‘risco fiscal’, que é a capacidade de o governo manter as contas públicas em dia.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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