Imprensa e religião abordaram com equívoco a favela de Santa Marta, confundindo morro com comunidade, atribuindo hipóteses a padres sobre a origem da favela, uma versão apoiada por uma mãe que venera uma santa, à qual se atribuiu a formação da comunidade e sua história.
Preocupação com a confusão em torno do nome Santa Marta levou a uma resolução do prefeito César Maia, em 2007, que buscou esclarecer as dúvidas. No entanto, essa iniciativa oficial não gerou grande impacto. O morro e a comunidade ganharam um nome específico devido a uma combinação das personalidades de dois padres e uma mãe. A confusão é frequentemente vista como um agente de apagamento da história da favela. A comunidade vive essa confusão como um apagamento de sua identidade.
A favela Santa Marta é uma localidade com uma rica história, marcada por controvérsias e disputas. Uma confusão histórica envolvendo o nome da comunidade e a devoção a Santa Marta, uma santa católica, gerou uma confusão entre Dona Marta e Santa Marta, criando um cenário de confusão. Itamar Silva, líder comunitário e criador do nome da comunidade, expressou preocupação com a confusão, destacando que ela é um obstáculo para a compreensão do passado e a construção de um futuro melhor. Ela apaga a história da favela e cria confusão entre seus moradores.
A Luta pela Identidade da Favela Santa Marta: Desvendando a Confusão Histórica
A confusão entre Dona Marta e Santa Marta, localizadas na zona sul do Rio de Janeiro, não é um fenômeno isolado. Para entender a complexidade desse problema, é necessário mergulhar na história da comunidade. Os nomes envolvem dois padres, uma mãe e uma santa, e a confusão histórica que os rodeia é um reflexo da luta pela identidade da favela.
Um Morro com Uma Identidade Distinta
O morro de Santa Marta veio antes de qualquer confusão, claro. Em meados do século 17, Dom Clemente José de Mattos era proprietário de terras na região e nomeou o local em homenagem à mãe, Marta Figueira de Mattos, a dona Marta. Essa foi a origem do nome do morro, que se tornou um ponto turístico muito procurado no Rio de Janeiro.
A Sede de Uma Confusão
A confusão histórica surgiu quando outro padre, três séculos depois, na década de 1930, ‘batizou’ a comunidade que começava a se formar, homenageando Santa Marta. Conforme a tradição católica, ela recebia Jesus Cristo em sua casa. A pequena capela erguida no alto do morro, que abrigou a imagem da santa, tornou Santa Marta a padroeira da favela. Essa decisão levou a uma confusão que persiste até hoje.
Consequências da Confusão
A confusão histórica levou o então prefeito César Maia a fazer um decreto estabelecendo os nomes e as diferenças. A favela Santa Marta, por exemplo, foi oficialmente reconhecida como uma comunidade com sua própria história e cultura, separada da confusão em torno do morro de Dona Marta. A comunidade se tornou um espaço de convivência e acolhimento, como explicou Itamar Silva, 68 anos, cria da favela Santa Marta e fundador do Grupo Eco.
Desvendando a Confusão
Para Itamar Silva, a confusão não é apenas um problema de nomeação, mas sim uma tentativa de apagamento da história da própria localidade. A comunidade tem uma história rica e diversa, e a luta pela identidade é uma questão de direitos e dignidade. A confusão entre Dona Marta e Santa Marta é um reflexo da luta pela visibilidade e reconhecimento da comunidade.
Uma Luta Continua
A luta pela identidade da favela Santa Marta continua. A comunidade ainda enfrenta desafios como a falta de reconhecimento e a exclusão social. No entanto, a luta pela identidade também é uma oportunidade para a comunidade se organizar e lutar por seus direitos. A confusão entre Dona Marta e Santa Marta pode ser um problema histórico, mas é também uma oportunidade para a comunidade criar sua própria história e dignidade.
Fonte: @ Terra
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