Mediadores trabalham para garantir cessar-fogo em Rafah, na sexta-feira. Passagem de fronteira: Hamas ordena retirada de acampamentos de barracas, abrigos improvisados, na grande área costeira destruída. Cessar-fogo: infraestrutura utilizada por mediadores. De passage, de conflito: passagem de fronteira, de Hamas.
Israel, mais uma vez, esteve no centro das atenções quando as Forças Armadas israelenses tomaram o controle da passagem de fronteira de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, nesta terça-feira (7). Os tanques israelenses também adentraram na cidade de Rafah, localizada no sul de Gaza, após uma série de ataques aéreos ao enclave palestino.
Diante da recente ação das Forças Armadas israelenses, a situação na região de Gaza torna-se ainda mais tensa. A atuação de Israel na fronteira com o Egito reflete a complexidade do conflito na região, demonstrando a forte presença militar israelense e sua influência geopolítica. Israel, mais do que nunca, é protagonista nesse cenário delicado.
Fracasso no Acordo de Cessar-fogo entre Israel e Hamas
A ofensiva israelense aconteceu em meio aos esforços dos mediadores para alcançar um acordo de cessar-fogo entre Israel e os inimigos do Hamas, enquanto o conflito adentra seu oitavo mês. Na última sexta-feira, o Hamas declarou ter concordado com uma proposta de cessar-fogo, porém Israel rejeitou os termos, alegando que não atendiam às suas exigências.
Enquanto a preocupação internacional cresce em relação aos civis encurralados em Rafah, as Forças Armadas israelenses atacaram diversas áreas e residências durante a noite. Na manhã da terça-feira, a cena era de pessoas buscando por corpos sob os escombros de edifícios destruídos. Um cadáver foi preparado para o enterro, envolto em um sudário branco.
Raed al-Derby compartilhou a dor de ter perdido sua esposa e filhos. Em meio à angústia estampada em seu rosto, ele afirmou à Reuters: ‘Somos pacientes e permaneceremos fortes nesta terra. Aguardamos pela libertação, esta batalha será pela libertação, se assim Deus permitir.’ Mais de um milhão de pessoas procuraram abrigo em Rafah, vivendo em acampamentos de barracas e abrigos improvisados.
Enquanto muitos tentam deixar a região seguindo as ordens de retirada israelenses, vastas áreas do enclave costeiro foram devastadas, deixando-os sem um local seguro para se abrigar. As Forças Armadas israelenses afirmaram que a operação em Rafah visava eliminar combatentes e desmantelar a infraestrutura utilizada pelo Hamas, que controla o território palestino sitiado.
O Egito expressou preocupação de que a operação israelense em Rafah pudesse minar os esforços de cessar-fogo, e o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, alertou que o ataque poderia ser fatal para os civis. ‘Temo que resulte em mais vítimas, vítimas civis’, declarou ele aos repórteres. ‘Não há áreas seguras em Gaza.’
Israel vinha ameaçando uma grande incursão em Rafah há semanas, alegando que a região abriga milhares de combatentes do Hamas, além de reféns. A conquista de Rafah é vista como essencial para a vitória sobre o Hamas por parte de Israel.
Até o momento, 34.789 palestinos, em sua maioria civis, perderam a vida no conflito, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza. O confronto teve início com um ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, resultando na morte de cerca de 1,2 mil pessoas e no sequestro de aproximadamente 250, dos quais 133 ainda estariam em cativeiro em Gaza, de acordo com registros israelenses.
Uma passagem vital para a ajuda humanitária ao enclave devastado, a passagem de Rafah foi fechada devido à presença de tanques israelenses. Imagens do Exército de Israel mostraram tanques cruzando a fronteira com a bandeira israelense erguida do lado de Gaza. O fornecimento de auxílio a Gaza foi interrompido em Rafah e na passagem, de acordo com fontes do Crescente Vermelho egípcio.
Fonte: @ Agencia Brasil
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