Verifique o teto remuneratório dos servidores públicos, magistrados e subsídio mensal dos ministros no CNJ, considerando a legislação estadual e auxílio-moradia, excluindo penduricalhos.
No Brasil, o termo penduricalho ganha uma conotação distinta, especialmente quando associado ao subsídio da magistratura estatal. Em um sentido mais amplo, o termo se refere a algo que acrescenta um detalhe, um adorno. No entanto, quando aplicado ao contexto dos salários, o significado se inverte.
Esse uso do termo penduricalho para descrever o subsídio e a prática de criar supersalários tem gerado grande controvérsia. A criação desses salários altos é vista por muitos como um privilégio excessivo, que distancia a magistratura da realidade da maioria da população. A exclusividade desse benefício levanta questionamentos sobre a justiça e a igualdade em uma sociedade democrática.
Remuneração Oposta: Como Justificar Salários de Juízes Estaduais Acima do Teto Constitucional?
A discussão sobre os salários de juízes estaduais que ultrapassam o teto remuneratório dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é amplamente debatida. Considerando que o teto remuneratório é atualmente de aproximadamente R$ 46 mil, é questionável como juízes estaduais podem receber mensalmente valores tão altos quanto R$ 100 mil ou até R$ 200 mil. A compatibilidade desses salários com o subsídio dos ministros do STF, representado pelo teto constitucional, é frequentemente questionada.
Legislação e Limites: Salários de Magistrados e Servidores Públicos
De acordo com a Constituição Federal (CF), o limite remuneratório de todos os servidores públicos, incluindo juízes, está vinculado ao subsídio mensal dos ministros do STF. Este limite é conhecido como o ‘teto constitucional’ e é reajustado periodicamente por lei específica. A mais recente atualização foi determinada pela Lei 14.520/23, que estabelece valores escalonados para os anos de 2023, 2024 e 2025. A partir de 1º de fevereiro de 2025, o subsídio mensal dos ministros do STF será de R$ 46.366,19.
Penduricalhos Legais: Uma Justificativa para Salários Elevados?
Embora juízes estaduais não possam ultrapassar o valor do teto constitucional em sua remuneração básica, surgem os chamados ‘penduricalhos’. Esses penduricalhos são respaldados por legislações estaduais, resoluções dos Tribunais de Justiça e decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Alguns exemplos de benefícios incluem:
* Auxílio-moradia: destinado a custear despesas com moradia, mesmo para juízes que possuem imóveis próprios na cidade onde atuam.
* Auxílio-alimentação: verba para custear alimentação, paga em diversos estados.
* Auxílio-saúde: benefício voltado a despesas relacionadas à saúde.
* Verbas indenizatórias por férias não gozadas: pagamentos referentes a férias acumuladas ou não usufruídas.
* Gratificações por acúmulo de função: valores destinados a magistrados que assumem processos ou funções além do previsto em sua jurisdição original.
* Diárias e deslocamentos: verbas para cobrir despesas com viagens a trabalho.
* Adicional por tempo de serviço: percentual extra vinculado ao tempo de carreira.
* Abono por participação em cursos e eventos: indenizações relacionadas à capacitação profissional.
A compatibilidade desses ‘extras’ com o teto constitucional é, com frequência, objeto de questionamentos, o que levanta preocupações sobre a transparência na utilização de recursos públicos.
Fonte: © Migalhas
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