Mil jovens participam da maior pesquisa sobre impactos neurológicos da droga, realizadas atividades cerebrais, estudo registra potenciais.
A maconha é um tema de discussão constante em diversos círculos, especialmente quando se fala sobre o impacto que ela pode ter na saúde mental e física. Um estudo recente publicado em revista científica destacou o potencial da maconha em afetar a memória de trabalho, que é fundamental para realizar tarefas complexas.
Essa memória de trabalho é responsável por processar informações e armazená-las temporariamente, permitindo que o cérebro as use para realizar tarefas. No entanto, o uso prolongado de maconha pode alterar essa capacidade, levando a problemas de concentração e dificuldade em recordar informações importantes. Além disso, o uso de maconha pode ser um indício de uso de drogas, o que pode levar a consequências graves para a saúde e a vida de uma pessoa. A cannabis é uma das drogas mais utilizadas no mundo, mas é fundamental lembrar das consequências do uso prolongado desses produtos.
Estudo de 1.000 usuários de maconha revela impacto na função cerebral
De acordo com um estudo publicado no periódico científico JAMA Network Open, 63% dos indivíduos que consumiram maconha intensamente ao longo de sua vida, exibiram uma atividade reduzida no cérebro durante a realização de atividades cerebrais, como a memória, devido ao uso da droga.
Aplicamos os mais altos padrões à nossa pesquisa, definindo limites rigorosos, disse o professor assistente em radiologia da Universidade do Colorado e autor do estudo, Joshua Gowin. Embora algumas das outras tarefas indicassem potenciais comprometimentos cognitivos, apenas a de memória de trabalho mostrou um impacto estatisticamente significativo.
A diminuição da atividade cognitiva ao longo das atividades de memória também foram observadas em 68% das pessoas que usaram a droga recentemente, mas esse resultado não foi confirmado pelas análises estatísticas, o que não permite afirmar com certeza se esse fenômeno, nesse caso, tem uma relação direta com o uso da maconha.
Ao avaliar funções como tomada de decisão, atenção ou processamento emocional, não foi possível determinar se o efeito era duradouro, mas evidências anteriores já sugeriram que o cérebro teria a capacidade de retornar à atividade normal após a abstinência.
Um estudo clínico publicado no The Journal of Clinical Psychiatry, por exemplo, mostrou que parar de usar a droga por um mês era suficiente para restaurar a memória, enquanto uma investigação com usuários de álcool revelou que após o fim do uso, o tecido cerebral conseguiu se recuperar.
Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram dados do Human Connectome Project. Nele, mais de 1.000 usuários de maconha, com idades que variavam de 22 a 36 anos, tiveram sua atividade cerebral escaneada enquanto realizavam sete tipos diferentes de testes cognitivos.
Ainda há uma diversidade de perguntas a serem respondidas, especialmente a respeito da influência dos Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Isso acontece porque entre os usuários de maconha, o número de pessoas com TDAH é maior do que na população em geral – não porque a droga cause o transtorno, mas porque as pessoas com TDAH tendem a procurar consolo no uso da maconha.
A relação entre o uso de cannabis e a saúde humana é complexa e ainda não completamente compreendida, pois o uso da droga pode ter efeitos a longo prazo na saúde cerebral, mas também pode ter benefícios e riscos dependendo do contexto e do uso.
Fonte: @ Veja Abril
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