Moradores de Gaza temem nova deportação após declaração de Trump. Êxodo de 1948 está na raiz da guerra árabe-israelense, vinculada ao Mandato Britânico da Palestina e ao Estado de Israel, violando direitos humanos no território palestino.
A Nakba é um evento marcante na história da Palestina, seguindo o êxodo palestino de 1948. Nesse contexto, a Faixa de Gaza é um território de grande importância para a comunidade palestina. Em uma declaração recente, Donald Trump expressou a intenção de ‘assumir’ o controle da Faixa de Gaza, gerando temor e revolta entre a comunidade palestina.
Essa declaração de Trump teve uma catástrofe de consequências, transformando-se em um desastre político internacional. A comunidade global reagiu negativamente, enquanto a comunidade palestina se sentiu ameaçada. A Nakba é um lembrete constante da luta pela liberdade e auto-determinação da Palestina. Em meio a essa complexidade, a Faixa de Gaza continua a ser um local de conflito e tensão.
Um Legado de Desastre: A Nakba e o Êxodo Palestino
A afirmação de indignação feita por moradores da Faixa de Gaza em Washington, ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ecoa a dor e a resistência da comunidade palestina ao longo de décadas. Ihab Ahmed, residente de Rafah, reafirmou sua determinação em uma entrevista à France Presse: ‘Nós não sairemos como aconteceu em 1948’. Essa declaração faz referência à catástrofe que marcou o início da guerra em 15 de maio de 1948, logo após a proclamação do Estado de Israel, deixando milhares de refugiados palestinos apátridas até hoje.
O Dia da Nakba: Um Termo que Define a Tragédia
O termo ‘Dia da Nakba’ foi cunhado em 1998 pelo então líder palestino Yasser Arafat, estabelecendo a data como dia oficial para lembrar a perda da pátria palestina. A palavra árabe Nakba significa catástrofe ou desastre, e em relação ao conflito israelo-palestino, é sinônimo do êxodo palestino durante e após a guerra árabe-israelense de 1948. Esse desastre resultou na perda de casas e vidas para cerca de 700 mil pessoas que fugiram ou foram forçadas a deixar suas residências no que hoje é Israel e nos territórios palestinos.
A Origem da Tragédia: Território Palestino, Guerra e Direitos Humanos
A Palestina, sob domínio turco até o fim da Primeira Guerra Mundial, passou a ser controlada pelo Reino Unido, no chamado Mandato Britânico da Palestina, após a partilha do Império Otomano. Durante esse período, um número crescente de judeus se mudou para a região, considerando-a sua pátria ancestral. O plano de partilha da Palestina, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947, previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. No entanto, a Liga Árabe rejeitou o plano, enquanto a Agência Judaica o aceitou. Em 14 de maio de 1948, o Estado de Israel foi proclamado. A reação de uma coalizão de cinco Estados árabes levou à guerra, que resultou na derrota árabe em 1949.
Consequências da Guerra: Deslocados e Vilas Destruídas
A guerra árabe-israelense resultou na deslocação de mais de 400 mil a 700 mil palestinos, além da destruição de sobre 400 vilas árabes. Embora haja acusações de violações dos direitos humanos por ambos os lados, o massacre de Deir Yassin permanece como um episódio marcante na memória palestina, desencadeando um medo generalizado que levou muitos a deixarem suas casas. Ao fim da guerra, Israel detinha cerca de 40% da área controlada pelo Mandato Britânico da Palestina.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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