O aumento da taxa Selic para 13,25% afeta o mercado imobiliário, tornando os financiamentos imobiliários mais caros devido à taxa de juros elevada, com impactos no crédito bancário.
A alta da Selic atinge o seu maior patamar em 11 anos e pode afetar o aumento do custo de captação de recursos para as empresas, o que pode impactar diretamente na carga tributária e na inflação.
O aumento da Selic para 13,25% está relacionado à expectativa de alta da inflação, que foi impulsionada pelo aumento dos preços dos alimentos e combustíveis. Além disso, a alta da Selic também pode refletir a taxa básica de juros que está sendo usada como instrumento para combater a taxa de juros alta e controlar a economia. Aanova do Copom também destaca que a economia ainda enfrenta desafios, como a alta da Selic e a taxa de juros que afeta a capacidade de investimento das empresas, o que pode impactar na taxa básica de juros para garantir a inflação de 3,5%.
Impacto da Selic no Mercado Imobiliário
Ainda que o movimento tenha sido antecipado, a ação do Banco Central ao elevar a taxa básica de juros poderá comprometer o desenvolvimento do mercado imobiliário, especialmente no que diz respeito a financiamentos e crédito. A alta da Selic pode travar o crescimento, reduzir a geração de empregos e penalizar empresas e famílias, conforme alerta Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).
A Selic: Principal Ferramenta do Banco Central
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, a instituição aumenta a taxa de juros para reduzir o consumo e, como consequência, diminuir os preços. A taxa de juros está atrelada às taxas cobradas pelos bancos em empréstimos, financiamentos imobiliários e até em fundos imobiliários. Em teoria, se uma pessoa recorrer a um financiamento a partir da quarta-feira, ela se deparará com juros mais altos.
Alta da Taxa de Juros: Consequências no Mercado
A alta da taxa de juros gera um clima de apreensão, especialmente considerando que o patamar está precificado. O ciclo atual de elevação da Selic certamente gerará aumento das taxas cobradas nos financiamentos, aponta Fábio Moraes, economista da E2+. É algo que está ocorrendo desde o final do ano passado, quando a Selic subiu para 12,25%. A Caixa, por exemplo, anunciou um aumento de juros começando já na primeira semana de janeiro.
O Mercado Preparado para a Alta da Selic
O mercado não se surpreendeu com a alta na Selic. Desde a última reunião do BC, em dezembro, já se antecipava esse movimento para janeiro. O Copom já confirmou a previsão de mais uma alta de 1 ponto percentual em março. A conduta simboliza uma permanência de visão da instituição mesmo com a troca na presidência do Banco Central. A reunião desta semana foi a primeira sob o comando de Gabriel Galípolo, nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumiu o cargo este mês, substituindo Roberto Campos Neto.
Impacto na Estagnação do Setor
Os bancos e instituições financeiras não vão mudar o planejamento de custo do crédito por conta desta decisão, observa Moraes. O cenário que contempla um ciclo de elevação da Selic para um patamar entre 14,25 e 15,25% ao ano já está sendo incorporado por essas empresas desde o final do ano passado. Isso não significa, porém, que os custos dos financiamentos passarão ilesos. Como efeito prático, a expectativa é que o setor enfrente um período de estagnação em 2025. O mercado deverá apresentar redução relevante do vigor que apresentou no último ano. O ambiente será de ajustes, muito provavelmente com menos negócios, analisa o economista.
Fundos Imobiliários em Destaque
Os investidores também já acenderam um sinal de alerta para o patamar que a Selic alcançou. Carol Borges, head da EQI Research, entende que o impacto não será imediato, mas as projeções demandam adaptações na carteira de quem atua no segmento. Diante do quadro que se desenha, ela sugere que os fundos imobiliários de papel estejam em destaque.
Expectativa de Desenvolvimento do Mercado
O mercado imobiliário, especialmente o de financiamentos e crédito, enfrentará um período de estagnação, conforme aponta o economista. A alta da Selic gerará aumento das taxas cobradas nos financiamentos, o que pode restringir o acesso a crédito e comprometer o desenvolvimento do setor. A expectativa de desestabilização do mercado é alta, e os investidores precisam estar preparados para adaptações na carteira.
Fonte: © Estadão Imóveis
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