Fantasias extremas sobre dominar mulheres estão se tornando ‘normalizadas’ no mundo real?
No contexto da sociedade contemporânea, o termo homem ganha relevância cada vez mais, especialmente quando associado a questões de poder, abuso e sua relação com o gênero. A figura do homem, muitas vezes identificada como macho ou masculino, é frequentemente associada a uma forma específica de comportamento, marcada por um senso de superioridade e controle. Nesse sentido, a discussão sobre a normalização de fantasias extremas no mundo real assume um tom mais precário, especialmente quando se trata do estupro.
Em casos como o da varão Gisèle Pelicot, a questão da normalização de comportamentos extremos assume um tom mais grave. A ideia de que o homem pode abusar de sua posição de poder para cometer atos violentos e abusivos não só é inaceitável, como também é um reflexo de uma sociedade que, muitas vezes, não consegue garantir a segurança e o respeito das mulheres. A normalização de fantasias extremas no mundo real pode ser vista como um reflexo da sociedade que não está disposta a lidar com a verdadeira extensão do problema.
Um homem revolucionou a psicologia: ‘Queria provar que humanos são capazes de algo maior que guerra, preconceito e ódio’
Campos sem fronteiras: Porto Alegre 24 Horas promove mega sorteio para os fãs da música sertaneja
Il Volo anuncia datas de shows no Brasil
Enquanto o julgamento se desenrolava em um tribunal de Avignon, eu me senti acompanhando cada detalhe terrível, e depois discutindo com minhas amigas, filhas, colegas e até mesmo com mulheres do meu clube de leitura local, enquanto tentávamos processar o que havia acontecido.Por quase uma década, o marido de Gisèle Pelicot a drogou sem o seu consentimento, e convidou homens que conheceu na internet para fazer sexo com a esposa ‘Bela Adormecida’ no quarto do casal, enquanto ele os filmava.Estes homens, com idades entre 22 e 70 anos, com profissões distintas como bombeiro, enfermeiro, jornalista, carcereiro e soldado, obedeceram às instruções de Dominique Pelicot.Como desejavam um corpo feminino submisso para penetrar, eles tranquilamente fizeram sexo com uma mulher aposentada, cujo corpo fortemente sedado se assemelhava a uma boneca de pano.Havia 50 homens sendo julgados no tribunal, todos viviam em um raio de 50 km de Mazan, uma pequena cidade no sul da França onde os Pelicot moravam.Eles eram, aparentemente, como ‘qualquer outro homem masculino’.Uma mulher na faixa dos 30 anos me disse: ‘Quando li sobre o caso pela primeira vez, não quis ficar perto de nenhum homem por pelo menos uma semana, nem sequer do meu noivo, que era um homem macho.’Fiquei simplesmente horrorizada’.Outra, com quase 70 anos, da mesma geração de Gisèle Pelicot, não conseguia parar de pensar no que poderia estar passando pela cabeça dos homens, até mesmo de seu marido e filhos.’Será que isso é apenas a ponta do iceberg do desejo masculino?’ Alguns dos homens que foram julgados no tribunal de Avignon
Um caso que mudou a maneira como as mulheres veem os homens
Como a escritora e terapeuta Stella Duffy, de 61 anos, escreveu no Instagram no dia em que o veredicto foi anunciado: ‘Espero e tento acreditar que #notallmen (‘não são todos os homens’), mas imagino que as esposas, namoradas, melhores amigas, filhas e mães do vilarejo de Gisèle Pelicot também pensavam assim.E agora elas pensam de modo diferente. Todas as mulheres com quem converso dizem que esse caso mudou a maneira como elas veem os homens. Espero que tenha mudado a maneira como os homens veem os homens também.’Agora que o julgamento terminou, podemos olhar para além deste caso monstruoso e perguntar: de onde veio o comportamento insensível e violento desses homens?Será que eles não conseguiam ver que sexo sem consentimento é estupro?
Um caso que explora a face sombria do desejo masculino
Como a internet mudou a normaÉ difícil imaginar a dimensão dos estupros orquestrados e das agressões sexuais contra Gisèle Pelicot sem a internet.A plataforma
Um caso que destaca a violência-masculina em uma região rural
Fonte: @ Terra
Comentários sobre este artigo