Especialistas avaliam que uma mudança na jornada pode ajudar no descanso, diminuição da ansiedade e burnout, melhorando saúde mental, produtividade e atividades de lazer.
A saúde dos trabalhadores brasileiros vem sendo discussa com mais frequência nas últimas semanas, especialmente no que se refere à saúde mental e à escala 6 × 1. Esta proposta de emenda à constituição, que visa acabar com a escala de trabalho de 6 dias seguidos e apenas um dia de descanso, tem ganhado destaque nas redes sociais e nos ambientes políticos e econômicos.
O debate sobre a saúde mental e a saúde física dos trabalhadores brasileiros tem ganhado força. A escala 6×1 é um exemplo de prática que pode levar a ansiedade, burnout e falta de atividades de lazer, afetando negativamente a saúde mental e física dos trabalhadores. A falta de descanso e de atividades de lazer são fatores graves que podem afetar a saúde mental e física das pessoas, levando a consequências negativas à saúde
Conhecendo a Relação entre Saúde, Produtividade e Tempo de Trabalho
Especialistas na área de saúde afirmam que dias livres podem trazer benefícios significativos para a saúde em geral, impactando positivamente na produtividade e no engajamento dos profissionais, elementos essenciais para uma jornada de trabalho saudável. A relação entre saúde, mental e física é fundamental para abordar o tema de forma eficaz. A jornada de seis dias pode ter consequências graves para aumentar o burnout e diminuir a produtividade, tendo em vista que as profissões que têm menos tempo de descanso e as pessoas que sofrem pressão de ir ao limite têm taxas maiores de estresse e fadiga.
O trabalho que invadem a casa dos profissionais, como resultado do uso de smartphones, torna-se um fator agravante da situação. As pessoas estão sentindo que estão descansando menos e não conseguindo desligar. A importância do tempo de descanso de qualidade está se tornando mais evidente. Para o professor, um esquema de sete horas diárias em cinco dias por semana já poderia ajudar a mudar os hábitos capazes de proteger a saúde mental dos trabalhadores. O ser humano é capaz de se adaptar, mas quando a gente entende o direito à felicidade, deveria discutir sobre as empresas que estão implementando esquema 4×3. Isso dá tempo para o colaborador fazer exercícios físicos, almoçar e jantar.
As decisões públicas e legislativas devem se concentrar em propostas para reduzir a cobrança de impostos de empresas que estão cobrando cargas horárias mais baixas dos profissionais. Modelo 4×3, que ainda está em fase de coleta de assinaturas pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), abre espaço para a jornada 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho e três de folga. Francisco Nogueira, psicólogo, psicanalista e sócio da consultoria Relações Simplificadas, explica que experiências internacionais apontaram os benefícios do modelo, como a iniciativa 4 Day Week, organização global fundada em 2019 com o intuito de estabelecer um modelo de trabalho em quatro dias eficiente.
O programa-piloto da iniciativa realizado no Brasil entre janeiro e junho deste ano com 19 empresas mostrou os benefícios. 44,4% dos participantes relataram capacidade aumentada para cumprir prazos, 82,4% sentiram aumento de energia para realizar tarefas e 62,7% afirmaram que tiveram redução no estresse no trabalho. Além disso, 65% relataram redução na exaustão e 74% apresentaram melhora na saúde física. A parte financeira também foi avaliada: 72% das empresas participantes relataram aumento na receita durante o período.
Nogueira, que já viveu a experiência de trabalhar no modelo 4×3, afirma que para cortar a escala 6×1, talvez o empregador tenha de contratar mais funcionários, mas ele ganha em fidelização, fazendo com que tenha menos custos com a demissão e contratação de funcionários, além de treinamentos. Isso também traz funcionários com menos ansiedade, menos fadiga e maior satisfação com o trabalho.
Fonte: @ Veja Abril
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