Indicador de validade garante que laticínios refrigerados permaneçam seguros, úmidos, com sabor, aroma e textura ideais, mantendo frescor até a data vencida.
Na última semana, um tópico controverso ganhou destaque nas conversas entre governo e oposição: uma proposta que estaria em discussão nos bastidores poderia alterar a regra do prazo de validade dos alimentos. O ministro da Casa Civil Rui Costa já descartou essa possibilidade, mas um questionamento persistente ficou no ar: é seguro consumir alimentos após a data estipulada? e o que esse indicador realmente representa?
De acordo com a Anvisa, o prazo de validade de um alimento é um indicativo de sua qualidade e segurança, e não uma garantia de seu consumo. A data de validade é estabelecida com base em estudos que avaliam a descomposição orgânica e a formação de toxinas, que podem causar problemas à saúde. Por isso, é importante considerar o termo “prazo de validade” como um indicador de qualidade, e não como uma data certa para o consumo. Além disso, o prazo de validade de um alimento também é influenciado pela sua apresentação, armazenamento e manipulação, o que pode afetar sua qualidade e segurança. Nesse sentido, os produtos foram objeto de estudos para avaliar sua qualidade e segurança, e a data de validade é apenas um dos indicadores utilizados para avaliar sua conformidade com os padrões de qualidade.
Legislação sobre alimentos
A data de validade é um dos principais indicadores de segurança e de qualidade dos alimentos, estabelecendo um prazo para o consumo para garantir que o produto não ofereça risco e mantenha o sabor, o aroma, a textura e o frescor ideais. No Brasil, a legislação determina que alimentos vencidos devem ser descartados, seguros para o consumo, mesmo que ainda possam estar seguros para o consumo, segundo Camille Perella Coutinho, nutricionista e pesquisadora em química e bioquímica de alimentos.
O cálculo leva em consideração alguns fatores, como segurança, que indica que até aquela data o alimento não estará contaminado com microrganismos patogênicos; composição, que indica que até aquela data não haverá alteração dos ingredientes essenciais; e performance, que significa que até aquela data não haverá mudanças sensoriais. Mas existem países que adotam um modelo diferente, como na Austrália, que apresenta dois limites: best before (melhor antes), que significa que após aquela data o alimento pode apresentar alteração no sabor, e use by (use até), que indica que após determinado dia o alimento pode estar contaminado.
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Mas, afinal, dá pra consumir os alimentos após a data de validade? A nutricionista indica que, apesar da lei, é possível usar o bom senso. Produtos secos e com pouca água livre, como arroz, massas e cereais, geralmente continuam seguros por pouco tempo após o vencimento, desde que armazenados corretamente. Já alimentos industrializados de baixa umidade, como biscoitos e chocolates, podem perder a textura original, mas não necessariamente representam um risco à saúde.
Presença de insetos, mofo e filamentos
Ainda assim, é preciso estar atento. A presença de insetos, de filamentos parecidos com teias de aranha ou mofo, por exemplo, indicam que o alimento deve ser descartado imediatamente, independentemente da data de validade. Além disso, qualquer alimento úmido, em especial carnes, enlatados e laticínios refrigerados, devem ter sua data de validade respeitada com rigor.
Respeito à data de validade
A especialista lembra ainda que esses limites de segurança só valem para alimentos armazenados corretamente. Laticínios que não forem refrigerados, por exemplo, irão estragar independentemente de estarem dentro prazo. Pães que recebem umidade também podem representar um ambiente propenso ao crescimento de microrganismos, mesmo que recém adquiridos. Também há quem acredite que remover a parte mofada dos alimentos os torna seguros, mas esse é um mito.
Fonte: @ Veja Abril
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