Santander explica por que o estrangeiro confia na valorização do real e nas empresas locais, enquanto o investidor doméstico permanece pessimista com o País, apesar de perspectivas fiscais e estímulo chinês no mercado financeiro.
A recente elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s trouxe à tona a discussão sobre a perspectiva pessimista que os brasileiros têm em relação ao futuro do País. A confiança dos investidores é um fator crucial nesse cenário, e um estudo do Santander revelou que os investidores estrangeiros estão mais otimistas do que os brasileiros em relação às perspectivas econômicas do Brasil.
De acordo com o estudo, os investidores institucionais estão mais propensos a investir no Brasil devido à sua estabilidade econômica e potencial de crescimento. Além disso, os investidores locais também estão começando a mudar sua perspectiva, à medida que a economia brasileira começa a mostrar sinais de recuperação. A confiança dos investidores é fundamental para o crescimento econômico sustentável, e é essencial que os brasileiros também adotem uma visão mais otimista em relação ao futuro do País. O otimismo dos investidores pode ser um catalisador para o crescimento econômico e a criação de empregos no Brasil.
Visões Antagônicas entre Investidores
Em um relatório recente, o Santander compartilhou as perspectivas de investidores institucionais globais e locais sobre o mercado brasileiro. Cinco gestores estrangeiros e cinco locais participaram de um debate sobre as perspectivas para o Brasil, resultando em visões antagônicas. Para os investidores institucionais globais, o problema fiscal no Brasil não é tão grave, pois a economia está indo bem, impulsionada pela melhora nos preços das commodities. Além disso, a queda de juros globalmente trará um diferencial de juros significativo, o que deve resultar em fluxo de investimento para o País e valorização do real frente ao dólar.
Perspectivas dos Investidores Estrangeiros
Na visão dos investidores estrangeiros, não há possibilidade de a Selic subir mais de 200 basis points (2 pontos percentuais). Eles acreditam que o Brasil se beneficiará significativamente do estímulo chinês e do ciclo de flexibilização global, o que reduzirá a inflação e melhorará as perspectivas fiscais. Além disso, os investidores estrangeiros veem as ações brasileiras como atraentes do ponto de vista da avaliação relativa, em comparação com empresas semelhantes em mercados como a Índia.
Preocupações dos Investidores Locais
No entanto, os investidores locais se mostraram muito preocupados com a situação fiscal brasileira e suas possíveis consequências: inflação e depreciação do real. Eles veem a sucessão presidencial como um fator crucial capaz de dar um impulso positivo ou negativo significativo para a economia brasileira. Além disso, os investidores locais preferem companhias expostas ao dólar, não acreditando em uma valorização do real.
Diferenças de Visão
As origens das diferenças de pensamento se dão por alguns fatores. O primeiro ponto seria que os investidores locais se concentram principalmente no Brasil, enquanto os estrangeiros olham para uma vasta gama de empresas semelhantes com perspectivas de crescimento comparáveis, mas valorizações muito mais elevadas. O segundo ponto é que o horizonte de investimento é diferente. Enquanto os estrangeiros tipicamente olham mais o longo prazo, os locais estão mais presos nas dificuldades do dia a dia do mercado.
Escolha de Companhias
A diferença de visão leva a um approach diferente para a escolha de companhias. Os investidores locais preferem companhias como Embraer, Weg, Petrobras, Eletrobras, BRF, Itaú, Rumo, Sabesp e Prio. Já os estrangeiros disseram preferir: SLC, Vivara, Smartfit, Weg, Embraer, Nubank, Suzano, Prio, Inter, Rede D’Or, Cury, Sabesp e Equatorial.
Revisões nas Estimativas
O relatório também fala que o time de macroeconomia do Santander fez revisões em 4 de outubro de algumas estimativas. O PIB foi revisado para cima, fechando em 3% ante 2,3%, mas em 2025 continua em 1,5%. A inflação agora está projetada em 4,4% no ano, ante 4,1%. E a Selic para o fim de 2024 subiu de 11,25% para 11,75%, com sua taxa terminal chegando a 12,5%.
Fonte: @ NEO FEED
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