Goldman Sachs prevê 3% de retorno anual do S&P 500 até 2034, após 13% na última década. Isso ocorre devido à valorização absoluta, concentração do mercado e frequência de contrações, afetando a rentabilidade das empresas e taxas de juros.
No ano atual, o índice S&P 500, que reúne as principais empresas americanas, apresentou um crescimento expressivo de 22,50%. Esse desempenho notável chama a atenção para a performance do mercado nos últimos meses.
No entanto, as perspectivas para o longo prazo não são tão otimistas, segundo o banco de investimentos americano Goldman Sachs. O S&P 500, considerado um índice altamente concentrado, pode enfrentar desafios significativos nos próximos anos, o que pode afetar a confiança dos investidores. A incerteza econômica é um fator que pode influenciar a trajetória do índice.
Projeções para o S&P 500
O banco estima que o índice das maiores empresas americanas, o S&P 500, entregará um retorno total anual de 3% durante os próximos 10 anos, uma redução significativa em relação ao retorno total anualizado de 13% da última década. Para realizar essa previsão de longo prazo, o banco considera a valorização absoluta inicial, a concentração do mercado, a frequência de contrações econômicas, a rentabilidade das empresas e as taxas de juros.
A previsão do banco seria 4 pontos percentuais maior, alcançando um retorno total anual de 7%, se a variável de concentração do mercado fosse retirada do cálculo. No entanto, a concentração do mercado é um fator importante para projetar esses retornos, pois está intimamente ligada à valorização das ações. É extremamente difícil para qualquer empresa manter altos níveis de crescimento de venda e margens de lucro por longos períodos, e o mesmo raciocínio vale para um índice altamente concentrado como o S&P 500.
Além disso, o risco em um mercado de alta concentração nem sempre se reflete em valorização. Atualmente, o setor de tecnologia da informação corresponde a 32% do S&P 500, mas considerando as ações da Meta e Alphabet, que são classificadas como Serviços de Comunicação, a tecnologia passa a corresponder a mais de 38% do índice.
Concorrência maior para o S&P 500
O Goldman Sachs pondera que sua projeção é inferior à de outros participantes do mercado. A média de projeções para o S&P 500 nos próximos 10 anos é de 6% ao ano, e oscilam entre uma faixa de 4% a 7% ao ano. Neste cenário traçado, o Goldman Sachs espera que as ações americanas enfrentem maior concorrência de outras classes de ativos.
Considerando a previsão de retorno anualizado de 3% para as ações, o rendimento atual de 4% dos títulos do Tesouro americano com vencimento em dez anos e a expectativa de inflação embutida nas taxas dos títulos, equivalente a 2,5%, existe 72% de probabilidade das ações americanas ficarem atrás de títulos e 33% de chance de perderem para a inflação até 2034.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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