A adesão ao sistema financeiro aberto cresce no Brasil, com destaque para transferências inteligentes, pix por aproximação e jornada sem redirecionamento.
O open finance, uma revolução no cenário financeiro brasileiro, celebra quatro anos de atuação com um crescimento expressivo de 44% nos consentimentos. Esse avanço reflete a confiança dos usuários em permitir que as instituições compartilhem dados de forma segura e eficiente. Até janeiro, foram registrados 62 milhões de autorizações, consolidando o open finance como um pilar fundamental para a modernização do setor.
O sistema financeiro aberto tem transformado a maneira como as pessoas interagem com serviços bancários e produtos financeiros. Finanças abertas promovem maior transparência e competitividade, beneficiando tanto os consumidores quanto as empresas. Para 2025, três grandes novidades são esperadas, reforçando o papel do open finance como um catalisador de inovação no mercado financeiro brasileiro.
Inovações no Sistema Financeiro Aberto
Uma das principais novidades chega ao mercado no final deste mês. A Jornada Sem Redirecionamento (JSR) entra em vigor oficialmente a partir de 28 de fevereiro, após um período de testes de aproximadamente três meses e um desenvolvimento técnico que levou cerca de três anos. Essa iniciativa, inserida no contexto do open finance, permite que os consumidores realizem pagamentos diretamente por meio de uma carteira digital previamente vinculada à sua conta, sem a necessidade de acessar o aplicativo do banco.
Benefícios para o Consumidor e o Varejo
Com a JSR, os clientes podem autorizar débitos em suas contas até um valor pré-definido, sem a obrigatoriedade de autenticação a cada transação. Isso é especialmente útil em situações como pagamentos de serviços de delivery. Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT), destaca que o varejo é um dos setores que mais se beneficia com essa inovação, juntamente com as transferências inteligentes, lançadas pelo Banco Central em abril de 2024. Essas transferências permitem movimentações automáticas e programáveis entre contas do mesmo titular, ajudando, por exemplo, a evitar o uso do cheque especial.
Impacto no Comércio e na Conversão de Vendas
Durante a fase de testes, a JSR demonstrou uma taxa de conversão de vendas no varejo próxima a 90%, enquanto em transações que exigiam redirecionamento para o ambiente bancário, a conversão ficou em torno de 38%. Até então, a baixa conversão era um fator negativo que desencorajava as empresas a adotarem o pix no open finance. Com a nova jornada, que elimina a necessidade de redirecionamento, tanto no ambiente físico quanto online, essa perspectiva tende a mudar significativamente.
Pix por Aproximação e Pix Automático
A JSR também viabilizará o pix por aproximação, uma funcionalidade apresentada em novembro e que já está disponível para usuários de carteiras digitais como a do Google. A expectativa é que, em breve, todos os usuários do pix tenham acesso a essa tecnologia. Além disso, o pix automático está previsto para ser lançado em 16 de junho de 2025. Semelhante ao débito automático, ele permitirá que os clientes autorizem pagamentos recorrentes, como assinaturas de streaming ou contas de concessionárias, sem a necessidade de autenticação a cada transação.
Eficiência e Redução de Custos
Para quem recebe os pagamentos, o pix automático promete aumentar a eficiência, reduzir custos de cobrança e diminuir a inadimplência, conforme destacado pelo Banco Central. A oferta dessa funcionalidade será obrigatória para todas as instituições participantes do sistema de pagamentos instantâneos, com implementação inicial prevista para 28 de outubro de 2024. Essas inovações reforçam a importância do sistema financeiro aberto e das finanças abertas, consolidando um ecossistema mais eficiente e integrado para todos os envolvidos.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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