Oncologista médico comenta sobre crescente número de casos, ensina prevenção: mudar hábitos, comer alimentos naturais menos ultraprocessados, evitar farinhas brancas, constipação intestinal, evitar aditivos, corantes, nitritos e nitratos; obesidade, inflamação, fumar e beber menos.
Dados do Brasil e do mundo indicam uma crescente incidência de câncer colorretal, também conhecido como câncer de colon, um tipo de câncer intestinal que afeta uma parte do intestino grosso (o cólon), o reto e o ânus. Nos Estados Unidos, por exemplo, um relatório recente revelou que em 2023, 20% dos casos diagnosticados de tumor colorretal em 2019 eram de indivíduos com menos de 55 anos, o dobro do registrado em 1995.
A prevenção e o diagnóstico precoce do câncer colorretal são fundamentais para a eficácia do tratamento. Por isso, é essencial estar atento aos sintomas e realizar exames de rotina, principalmente para pessoas com histórico familiar da doença. Além disso, a conscientização sobre os fatores de risco, como dieta não saudável e sedentarismo, é crucial para a redução da incidência desse tipo de câncer intestinal. A prevenção sempre deve ser prioridade, juntamente com a busca por tratamentos inovadores e eficazes para combater o câncer colorretal.
Impacto das Mudanças Alimentares no Aumento dos Casos de Câncer Colorretal
A tendência de aumento dos casos de câncer de colon em pessoas mais jovens também foi observada em outros países da Europa. No Brasil, esse aumento não se restringe apenas aos mais jovens, estendendo-se também para faixas etárias superiores. O número de casos tem crescido, inclusive entre os jovens, levando à redução da idade de rastreamento para 45 anos, visando detectar precocemente esses cânceres que têm afetado a população mais jovem.
O oncologista Wesley Pereira Andrade, médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, destaca a importância de compreender por que os casos de câncer de colon têm aumentado, especialmente entre os jovens. As mudanças alimentares da população nas últimas décadas têm sido apontadas como uma das principais causas desse cenário preocupante. O consumo crescente de alimentos ultraprocessados em detrimento de alimentos in natura tem sido uma prática comum.
Esses alimentos industrializados, como biscoitos, salgadinhos, chocolates e lanches prontos, são frequentemente ricos em aditivos alimentares, corantes, nitritos e nitratos, substâncias prejudiciais à saúde digestiva. Os nitritos e nitratos, presentes em muitos desses produtos, podem predispor a lesões no intestino. Além disso, o aumento do consumo de produtos à base de farinhas brancas tem contribuído para a constipação intestinal, o que prolonga o contato das substâncias nocivas com as células intestinais, aumentando o risco de danos ao DNA.
A obesidade, que desencadeia um processo inflamatório crônico no corpo, juntamente com o hábito de fumar, que também prejudica a mucosa intestinal, são fatores adicionais que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer colorretal. O consumo de álcool também é apontado como um agente agressor das células intestinais.
Diante desse cenário, a prevenção do câncer colorretal passa pela adoção de hábitos alimentares saudáveis, priorizando alimentos in natura e ricos em fibras, como vegetais, leguminosas, frutas e cereais, e reduzindo a ingestão de alimentos ultraprocessados. Aumentar o consumo de alimentos orgânicos e minimamente processados, além de manter-se bem hidratado e reduzir a ingestão de farinhas brancas, são medidas essenciais para reduzir o risco dessa doença.
Fonte: @ Minha Vida
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