Perfeitas escolhas: busca incessante pode deixar triste e ansioso. Considere abordagens saisentistas, abundância de opções, equilíbrio em decisões. Evite preocupações excessivas, analises detalhadas, ruins escolhas.
Estou acompanhando Maria, minha filha de 3 anos, à creche. Ela me faz uma pergunta, mas estou um pouco distraída, ponderando se, após deixá-la, devo provar uma nova bebida no Starbucks ou ficar com meu favorito, café com leite de amêndoa.
Depois de tomar decisões boas, é importante garantir que elas sejam suficientes e satisfatórias. Às vezes, optar pelo familiar pode trazer mais conforto do que arriscar o desconhecido.
Decisões Satisfatórias: Encontrando o Equilíbrio Fundamental
Aí reflito sobre a conversa que tive com meu esposo na noite anterior: será melhor matricular nossos filhos na escola pública ou particular?
‘Podemos ter um tempo só nosso quando me buscar na escola, mamãe?’, ela repete, lembrando dos momentos especiais que compartilhamos às vezes, longe da irmã mais nova.
Se minha mente não estivesse tão cheia de preocupações, talvez eu tivesse ouvido seu pedido carinhoso de primeira.
Diariamente somos confrontados com decisões. Algumas são simples, como a escolha do café da manhã, enquanto outras são significativas, como a escolha da escola para nossas filhas.
Com uma vasta gama de opções e informações disponíveis, poderíamos supor que as melhores decisões surgiriam de análises minuciosas e detalhadas, não é mesmo?
Entretanto, a realidade é outra. Pesquisas em psicologia ao longo das décadas sugerem que muitas vezes as pessoas mais felizes são aquelas que tomam decisões ‘boas o suficiente’, em vez de buscar a perfeição.
Estima-se que os adultos nos EUA tomem milhares de decisões diariamente. Em um mundo repleto de opções e informações, é impossível para os seres humanos terem recursos cognitivos e tempo suficientes para tomar a decisão perfeita em todas as situações.
‘A mente humana simplesmente não tem capacidade suficiente para lidar com tudo isso’, afirma Valerie Reyna, professora e co-diretora do Centro de Economia Comportamental e Pesquisa sobre Tomada de Decisão da Universidade Cornell.
Quando se trata de decisões, as pessoas geralmente optam por duas abordagens: maximização ou satisfação. Os maximizadores buscam a melhor decisão possível, enquanto os satisficistas buscam uma decisão satisfatória, termo cunhado por Herbert Simon, que combina ‘satisfazer’ e ‘suficiente’.
‘Os maximizadores buscam a decisão perfeita’, explica Ayelet Fishbach, professora de ciência comportamental e marketing na Booth School of Business da Universidade de Chicago. ‘Já os satisficistas estão contentes com uma decisão ‘boa o suficiente”.
Mas o que significa exatamente ‘bom o suficiente’? Decisões satisfatórias não são aleatórias, mas sim um equilíbrio fundamental entre diferentes fatores.
Decisões mal refletidas e ruins muitas vezes são tomadas de forma impulsiva ou emocional. Por outro lado, as decisões maximizadas tendem a ser excessivamente demoradas e exaustivas, levando a arrependimentos futuros.
Decisões satisfatórias são cuidadosamente ponderadas. Assim que algo atende às suas necessidades, é considerado bom o suficiente e a escolha é feita.
Por exemplo, enquanto os maximizadores podem passar horas pesquisando online pelo fone de ouvido perfeito, os satisficistas simplesmente compram o primeiro modelo que atende às suas necessidades.
Em um mundo repleto de opções e informações, encontrar um equilíbrio entre análises minuciosas e decisões satisfatórias é fundamental para a nossa felicidade e bem-estar.
Fonte: @ Estadão
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