Aloizio Mercadante defende maior presença do Estado para equilibrar preços de alimentos, destacando infraestrutura de silagem e tensão geopolítica.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, destacou a importância de uma maior atuação do Estado para assegurar a estabilidade dos preços dos alimentos. Entre as medidas propostas, ele ressaltou a necessidade de incentivar investimentos em armazenagem de grãos, além de fortalecer o mercado interno para commodities. A armazenagem adequada é fundamental para evitar perdas e garantir a segurança alimentar.
Além disso, Mercadante enfatizou que a infraestrutura de armazenamento precisa ser modernizada para atender às demandas do setor agrícola. Ele também mencionou a importância de práticas como a silagem para conservação de alimentos, especialmente em regiões com desafios logísticos. Investir em tecnologias de armazenagem é crucial para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.
A Necessidade de Políticas Públicas e Infraestrutura de Armazenagem
A importância da armazenagem foi destacada como um dos principais desafios para o setor agrícola brasileiro. Durante uma coletiva de imprensa, foi ressaltada a necessidade de maior participação do Estado e de políticas públicas eficazes para garantir a infraestrutura de silagem e o armazenamento adequado da safra. O impacto da dolarização de commodities também foi mencionado, especialmente em relação aos produtos brasileiros, como café e suco de laranja, que, apesar da alta produção, enfrentam preços elevados devido à indexação aos mercados internacionais.
Super Safra e Desafios de Armazenamento
O Brasil caminha para uma super safra, mas o grande desafio continua sendo a armazenagem. O BNDES está se mobilizando para estimular o armazenamento da produção, uma vez que a comercialização desta safra está diretamente ligada aos desdobramentos da tensão geopolítica. Se a China fechar acordos com os EUA para comprar mais alimentos, as exportações brasileiras poderão ser afetadas. Por outro lado, caso a tensão geopolítica entre os dois países aumente, a China buscará suprir parte de sua demanda com concorrentes do Brasil.
Infraestrutura de Silagem e Mercado Interno
A infraestrutura de silagem e o fortalecimento do mercado interno de alimentos foram apontados como prioridades. O desenvolvimento da agricultura familiar também foi mencionado como essencial para garantir a segurança alimentar e estabilizar os preços dos alimentos. Além disso, foi destacada a criação de uma área específica no BNDES para lidar com os impactos da emergência climática, visando proteger o setor agrícola contra eventos extremos.
Dolarização de Commodities e Preços Internacionais
A dolarização de commodities continua a influenciar os preços dos alimentos no Brasil, mesmo em produtos onde o país é líder na produção. Isso reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura de armazenamento e silagem para garantir que a oferta interna não seja prejudicada por flutuações internacionais. O índice de inadimplência do BNDES em 2024 foi de apenas 0,001%, indicando um cenário positivo para futuros investimentos.
Emergência Climática e Segurança Alimentar
A emergência climática foi outro tema abordado, com ênfase na necessidade de estruturas de resposta rápida para eventos extremos. O acordo com o Rio Grande do Sul visa fortalecer a proteção contra esses desafios, garantindo a segurança alimentar e a estabilidade do mercado interno de alimentos. Com informações de Estadão Conteúdo (Juliana Garçon). Imagem: Shutterstock.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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