Pessoas podem interpretar o mesmo dado de forma diferente, seja o copo meio vazio ou cheio. Cada ano-calendário traz novos ciclos contábeis, impactando a cadeia de distribuição de produtos financeiros com retornos adequados.
O conceito de juros é uma das peças-chave que fazem com que muitos brasileiros comecem o ano com a sensação de que estão rolando para trás, sobretudo quando se trata de dívidas. Com a inflação em alta, o valor das dívidas aumenta cada vez mais, o que leva os devedores a se sentir ainda mais oprimidos pela dívida. Isso pode ser observado especialmente em relação às dívidas de consumo, como cartões de crédito e financiamentos, onde os juros podem chegar a ser bastante elevados.
Além disso, a cobrança de juros, que pode ser vista como uma espécie de taxa para usar dinheiro alheio, é um dos principais motivos pelos quais as pessoas podem se sentir mais pobres. Isso ocorre porque, quando você paga juros em uma dívida, você não está apenas pagando o valor da dívida em si, mas também o valor dos juros que foram acumulados ao longo do tempo. Isso pode afetar negativamente o lucro futuro de uma pessoa, pois o dinheiro que poderia estar sendo investido em outras coisas é utilizado para pagar juros. Além disso, o pagamento de juros também pode reduzir os rendimentos de uma pessoa, pois o dinheiro que poderia estar gerando renda está sendo utilizado para pagar dívidas. Em resumo, os juros podem ser um obstáculo significativo para as pessoas alcançarem seus ganhos financeiros e melhorar sua situação econômica.
Excelente oportunidade para reflexão e planejamento
É hora de parar e refletir sobre o ano que está para trás, 2024, e planejar para o futuro, 2025. Afinal, não há espaço para mágica, apenas experiência e aprendizado. O jogo da vida é semelhante ao futebol, onde cada partida começa com novas chances e lições aprendidas. Ainda que seja avesso a ciclos, é hora de olhar para o futuro e fazer um plano para o ano de 2025, com juros altos no Brasil como foco principal, como nos anos anteriores.
Concorrência sem precedentes para produtos financeiros
A tendência global e brasileira sugere que o ano de 2025 será marcado por juros altos, com a Taxa Selic se manter em torno de 12%, 13%, 14% ou 15%. Isso fará com que a renda fixa seja o principal concorrente para outros produtos financeiros no mercado. É hora de olhar para os produtos financeiros de renda fixa, com a abundância de ativos financeiros disponíveis, e entender como eles são concorrentes sem precedentes para outros produtos financeiros.
Investimentos em títulos de crédito privado se tornam atraentes
Os investidores estão cada vez mais atraídos por títulos de crédito privado, principalmente aqueles que oferecem incentivos fiscais. Esses títulos são ‘empurrados’ para os investidores todos os dias, tornando-os uma opção atraente. No entanto, isso não é um cenário tranquilo para os gestores de negócios de gestão independente nos segmentos macro e equity tradicionais, pois os retornos não têm sido adequados em um cenário competitivo de taxa Selic alta.
Modelo de distribuição predatório e impacto nos gestores independentes
O modelo de distribuição dos produtos financeiros, que democratizou a oferta nos últimos anos, se tornou mais predatório. Isso contribui para a falta de retornos adequados para os gestores independentes de fundos multimercado. Além disso, a competição de ativos isentos, a maior eficiência dos mercados e outros fatores técnicos tiram recursos de gestores independentes de fundos multimercado. Os fees de distribuição ‘na cabeça’ são um catalisador relevante para essa situação.
Cadeia de distribuição de produtos financeiros e impacto nos fees de distribuição
A cadeia de distribuição de produtos financeiros recebe um comissionamento, mas com dinâmicas diferentes de acordo com a característica do produto. Os fundos de investimento cobram taxas do cliente a cada dia e reembolsam um pedaço dessa taxa para o distribuidor. No entanto, essa rebate é pago no dia a dia, conforme a receita é acumulada. No mercado de títulos, a dinâmica é bem diferente, com os intermediários cobrando um pedaço da taxa de retorno bruta do título no momento da venda. Esse comissionamento é pago de uma vez, calculado com base no prazo do título.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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