Negros representam quase 90% das mortes em intervenções policias em 9 estados, segundo o Censo do IBGE e o ranking de letalidade da Rede de Observatórios da Segurança, que faz pesquisa sobre mortes decorrentes de intervenção policial.
O racismo é um problema latente na sociedade brasileira, refletindo uma realidade histórica de desigualdade e exclusão. Uma pessoa negra morreu a cada quatro horas em intervenções policiais registradas em nove estados do Brasil em 2023, de acordo com levantamento da Rede de Observatórios da Segurança divulgado nesta quinta-feira (7). Esses números alarmantes corroboram a ideia de que o racismo estrutural ainda é uma ferramenta de opressão para a população negra em nosso país.
Os dados revelam que os negros representam quase 90% dos mortos em intervenções policiais em 2023, o que reforça a necessidade de uma intervenção policial mais consciente e ética. A letalidade policial é um problema que demanda uma abordagem mais refinada, com a capacidade de distinguir entre ações legítimas e abusos de autoridade. A morte de pessoas negras em intervenções policiais é um sintoma de um sistema que ainda precisa se transformar e se adaptar para abordar as necessidades reais da sua população. A transformação do sistema de justiça criminal em nosso país é uma questão de urgência, e os dados revelados pela Rede de Observatórios da Segurança são um lembrete de que a luta contra o racismo não pode parar.
Racismo Estrutural Impera nas Mortes por Intervenção Policial
O Brasil registrou 4.025 mortes decorrentes de intervenção policial em 2023, com 2.782 delas sendo negras, o que representa 87,8% dos casos com registros de raça e cor. Essa cifra subestima o problema, pois 856 casos não tiveram registro da raça da vítima. A Bahia lidera o ranking de letalidade policial com 1.702 mortos, dos quais 1.321 eram negros – 94,6%.
Em 2022, o número de mortes por intervenção policial foi de 4.219, com 87,4% das vítimas sendo negras. A Bahia também liderou o ranking de letalidade policial em 2022, com 306 ocorrências não tendo registro de raça e cor. O estado teve um aumento de 162% nas mortes em ações policiais desde 2019, com a maioria ocorrendo em Salvador – 428.
O racismo estrutural está profundamente enraizado nas instituições de segurança pública, e a letalidade policial é um reflexo disso. A pesquisa ‘Pele Alvo: mortes que revelam um padrão’ destaca a importância de abordar esse problema e de criar políticas públicas eficazes para proteger a população mais vulnerável.
Desigualdades Sociais e Letalidade Policial
A Bahia e outros estados brasileiros apresentam um padrão de letalidade policial que se replica em todo o país. O pesquisador Pablo Nunes afirma que o racismo estrutural está por trás dos números, e que a letalidade policial fere não apenas os direitos humanos, mas também a estrutura do Estado.
A pesquisa destaca que a maioria das mortes por intervenção policial envolve pessoas negras, e que a diferença entre a representação dessas pessoas na população brasileira e a sua sobrerrepresentação nas vítimas de letalidade policial é alarmante. Além disso, a pesquisa destaca a importância de abordar o problema da subnotificação de mortes de crianças e adolescentes em ações policiais.
Rede de Observatórios da Segurança e a Luta Contra o Racismo Estrutural
A Rede de Observatórios da Segurança publica anualmente a pesquisa ‘Pele Alvo: mortes que revelam um padrão’, que busca evidenciar o racismo estrutural presente nas instituições de segurança pública. Os dados são obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), junto às Secretarias de Segurança Pública e órgãos correlatos de nove estados brasileiros.
A pesquisa é uma ferramenta importante na luta contra o racismo estrutural e na promoção de políticas públicas eficazes para proteger a população mais vulnerável. Além disso, a pesquisa destaca a importância de abordar o problema da letalidade policial de forma integrada, envolvendo diferentes atores sociais e instituições.
Conclusão
O racismo estrutural está profundamente enraizado nas instituições de segurança pública, e a letalidade policial é um reflexo disso. A pesquisa ‘Pele Alvo: mortes que revelam um padrão’ destaca a importância de abordar esse problema e de criar políticas públicas eficazes para proteger a população mais vulnerável. A luta contra o racismo estrutural é uma questão de justiça social e humanitária, e é fundamental que sejam tomadas medidas para abordar esse problema de forma eficaz.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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