Abras defende projeto de medicamentos sem prescrição médica, com presença de farmacêuticos, no setor farmacêutico que pode gerar impacto econômico de 35% em vendas de supermercado com preços hiperinflacionados.
A discussão sobre a venda de remédios em supermercados, especialmente os remédios isentos de prescrição, tem sido um tema controverso no Brasil. A possibilidade de venda desses produtos em locais como supermercados tem sido apresentada como uma forma de reduzir os custos médicos e de aumentar a acessibilidade a medicamentos para o público em geral.
Contudo, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) tem sido uma das principais oposições a essa ideia, argumentando que a venda de remédios em supermercados teria um impacto negativo significativo no setor de saúde do país. Os críticos da proposta afirmam que a falta de supervisão médica adequada poderia levar a erros de prescrição e a consequentes problemas de saúde, além de prejudicar o desenvolvimento de medicamentos de prescrição.
Propostas da Abras relembradas com críticas da Abrafarma
A associação da indústria farmacêutica brasileira, Abrafarma, criticou fortemente as propostas da Abras de vender remédios isentos de prescrição em supermercados, argumentando que isso poderia ter um impacto negativo sobre a saúde da população, sobretudo os mais pobres. A Abrafarma sustenta que os remédios sem receita representam cerca de 30% das vendas nos supermercados e que permitir a comercialização deles em estes estabelecimentos prejudicaria as farmácias. De acordo com a associação, há 93 mil farmácias no Brasil, que geram 2 milhões de empregos e atendem às demandas de 99% das cidades do país.
A associação destaca que o custo da operação de uma farmácia é alto e que provavelmente haveria um efeito de aumento nos preços dos medicamentos de prescrição, o que impactaria negativamente a saúde da população. Além disso, a Abrafarma questiona a eficácia da venda de medicamentos sem receita em supermercados, pois os preços dos remédios seriam mais baixos nos supermercados. A associação também destaca que os supermercados vendem mais caro em 50% das vezes, o que levanta questionamentos sobre por que não vendem itens como fraldas, cotonetes, tinturas e outros mais baratos.
A Abrafarma ainda criticou a proposta de contratação de farmacêuticos para tirar dúvidas dos consumidores, argumentando que as farmácias já são capazes de realizar essa tarefa e que a venda de remédios sem receita em supermercados não é uma solução eficaz para reduzir os preços dos medicamentos. Além disso, a associação destaca que países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e Canadá permitem que a venda de medicamentos isentos de prescrição ocorra em supermercados.
A nota da Abrafarma causa estranheza, especialmente pelo tom agressivo em relação ao mercado, considerando que hoje a maioria das farmácias comercializa de tudo, inclusive remédios. A associação ainda questiona por que as farmácias podem vender remédios sem receita via online e fazem entrega a domicílio, mas os supermercados não podem vender remédios sem receita de forma presencial.
Fonte: @ Veja Abril
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