Crianças e idosos são vulneráveis a lesões graves na região cerebral; neurocirurgião diz quando buscar ajuda.
Receber uma pancada na cabeça pode causar desde uma simples dor de cabeça até um problema mais sério, por isso é sempre importante ficar atento aos sintomas.
Uma lesão na cabeça pode gerar um impacto na vida da pessoa, seja na sua rotina diária ou no seu estado emocional, por isso é fundamental procurar ajuda médica o mais rápido possível.
Como identificar uma lesão na cabeça após uma pancada
Mas, quando não há sinais claros de gravidade, como cortes evidentes ou perda de consciência prolongada, muitas vezes é difícil saber se há necessidade de uma investigação minuciosa. Essa situação é ainda mais preocupante quando acontece com idosos e crianças, de acordo com neurocirurgião Fernando Gomes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
‘Via de regra, esses grupos são mais suscetíveis a quedas e têm mais fragilidade na região cerebral. Por isso, nesses casos, a atenção deve ser redobrada’, informa. Bater a cabeça pode ser apenas um susto ou pode significar uma lesão grave, especialmente entre crianças e idosos.
Quando se deve preocupar com uma pancada na cabeça
Foto: Maria Sbytova/Adobe Stock Quando uma pancada na cabeça deve preocupar? De acordo com o especialista, de forma geral, após uma pancada, há sinais que indicam a necessidade de buscar socorro para investigar a ocorrência de lesões internas.
São eles: Dor de cabeça intensa; Fraqueza ou tontura; Sangramento, principalmente pelo nariz, boca, ouvido ou olhos; Confusão mental; ‘Galo’ atrás da orelha ou associado ao aparecimento de hematomas ao redor dos olhos (olho roxo); Desmaio ou perda de consciência, mesmo que por poucos segundos; Convulsões. No caso das crianças ou idosos, mesmo sem o aparecimento desses sinais, se os cuidadores acharem que há necessidade, devem procurar um médico, de acordo com Gomes. Leia também Quais os riscos da dengue para bebês e crianças? Dor de cabeça: meditação pode ajudar no alívio do problema, indica estudo Com qual idade a criança deve começar a falar?
Como agir após uma pancada na cabeça
O primeiro passo é falar com a pessoa para saber se a sua cognição e/ou memória foram afetadas, de acordo com o neurologista. ‘Para isso, é indicado fazer perguntas fáceis, como o nome dela e a data. Uma eventual incapacidade de responder a essas questões deve ser comunicada ao médico’, orienta. Gomes destaca ainda que, para que esse ‘teste’ seja possível, é importante não deixar a pessoa dormir logo após a batida, mesmo que ela tenha sonolência. Além disso, no caso de pancadas que afetarem também a região do pescoço, é importante não mexer na pessoa até os profissionais de saúde chegarem ao local, segundo Gomes. ‘Fazer certos movimentos pode piorar possíveis lesões na coluna’, explica. No caso de a pessoa ter uma convulsão após a pancada, a recomendação é outra. ‘Quando isso acontecer, é importante deitá-la com o rosto para o lado, para evitar engasgos’, ensina. Leia também Perda de músculos começa naturalmente aos 40 anos e afeta a expectativa de vida; veja como reverter Como prevenir pancadas na cabeça? Em relação às crianças, a pediatra Caroline Peev, coordenadora do pronto-socorro do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, dá algumas dicas. Confira: Instalar telas nas janelas e corrimãos nas escadas para evitar quedas; Se a criança for em um brinquedo alto, ter sempre a supervisão de um adulto; Não esquecer de fechar o cinto de segurança do carrinho e do bebê conforto; Lembrar de sempre colocar capacete na criança ao andar de bicicleta, skate ou patins. Em relação aos idosos, o geriatra Omar Jaluul, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, dá outras dicas: Evitar se colocar em situações com risco de queda, como subir em banquinhos e escadas ou tentar pegar objetos em lugares altos; Escolher um calçado adequado: sapatos escorregadios devem ser evitados; Tomar cuidado com as medicações sedativas: ingerir esses remédios em excesso pode aumentar o risco de acidentes; Fazer exercícios de fortalecimento das pernas: trata-se de uma estratégia fundamental para diminuir a probabilidade de quedas. Encontrou algum erro? Entre em contato Compartilhe: Tudo Sobrecérebroneurologia Comentários Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão. Já sou Assinante
Fonte: @ Estadão
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