A Secretaria de Saúde anunciou medidas de combate ao Aedes aegypti, com quase 35% dos municípios em situação de emergência devido ao número de casos.
Na manhã desta quarta-feira, 19, o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, declarou estado de emergência em todo o território paulista devido ao avanço da dengue. A medida foi tomada após um aumento significativo nos casos registrados da doença, que vem preocupando as autoridades sanitárias. A dengue tem se espalhado rapidamente, exigindo ações imediatas para conter sua propagação.
Além da dengue, outras arboviroses também têm sido motivo de alerta no estado. A doença transmitida por mosquito pode evoluir para quadros mais graves, como a febre hemorrágica, caso não seja tratada adequadamente. É fundamental que a população redobre os cuidados, eliminando possíveis criadouros do Aedes aegypti e buscando atendimento médico aos primeiros sintomas.
Medidas Emergenciais para Conter a Dengue
A decisão de implementar ações emergenciais foi tomada devido ao número de casos de dengue que se aproximam de níveis epidêmicos, com 300 episódios a cada 100 mil habitantes. O objetivo é direcionar recursos de forma eficiente para o combate à doença, causada pelo mosquito Aedes aegypti. A situação de emergência no estado tem alarmado as autoridades, com mais de 124 mil casos confirmados e 113 mortes registradas até o momento. A incidência já alcança 279 casos por 100 mil habitantes, e o cenário pode piorar rapidamente, já que cerca de 83 mil ocorrências e 233 óbitos ainda estão sob investigação. A região mais afetada é São José do Rio Preto, responsável por quase 30% dos diagnósticos.
Epidemia em Expansão e Infraestrutura Necessária
Segundo dados oficiais, 225 dos 645 municípios do estado, o equivalente a quase 35% das cidades, já enfrentam uma epidemia de dengue. O foco é garantir que cada município tenha a infraestrutura necessária para implementar medidas eficazes no momento adequado. ‘Os reforços anunciados visam assegurar que os pacientes recebam a assistência adequada e que os municípios atuem de forma coordenada no combate às arboviroses‘, destacou o secretário durante coletiva no Instituto Butantan.
Cenário Preocupante e Investimentos em Saúde
O cenário atual é mais grave do que o observado em 2024, quando o país registrou recordes de doença transmitida por mosquito, com mais de 6,6 milhões de casos e 6 mil mortes. Naquele ano, o estado de São Paulo só decretou emergência em março, quando os dados epidemiológicos apontavam 31 mortes e 355 mil casos prováveis. Para enfrentar a crise atual, a secretaria anunciou um aumento de 20% no teto de Média e Alta Complexidade (MAC) para internações por dengue. Além disso, serão investidos R$ 3 milhões na compra de 100 nebulizadores portáteis e dez nebulizadores ambientais para o combate ao mosquito Aedes aegypti.
Panorama Nacional das Arboviroses
No restante do país, a situação de emergência também é alarmante. De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, já foram registrados 338,8 mil casos prováveis, com 131 óbitos confirmados e 331 em investigação. O cenário crítico observado em 2024 parece se repetir em 2025, impulsionado por fatores como o calor intenso e as chuvas causadas pelas mudanças climáticas e pelo fenômeno El Niño, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Circulação de Novos Sorotipos e Desafios
Em 2024, o sorotipo 2 da dengue, que não era predominante desde 2019, voltou a circular. Já em 2025, os dados de vigilância indicam a presença do sorotipo 3, que não aparecia de forma significativa há pelo menos 17 anos. A doença transmitida por mosquito possui quatro sorotipos, e a infecção por um deles garante imunidade vitalícia apenas para aquela variante. Como o sorotipo 3 não circulava há quase duas décadas, grande parte da população, especialmente crianças e adolescentes, está desprotegida, criando um ambiente propício para a disseminação do vírus.
Vacinação como Estratégia Principal
A vacinação continua sendo a principal estratégia para prevenir novos casos de dengue e outras arboviroses. A imunização é essencial para reduzir o impacto da doença e evitar que o cenário atual se agrave ainda mais. Enquanto isso, os esforços para o combate à doença e o fortalecimento da infraestrutura necessária seguem como prioridades para conter a epidemia.
Fonte: @ Veja Abril
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