Reconhecer gargalos e propor alternativas à saída de agências humanitárias da operação de acolhida à população em trânsito e refugiados nas instalações de vacinação, alojamento de pernoite, unidades de pronto-atendimento e utilização do Cartão Nacional do SUS e da Rede de Apoio Psicossocial.
A equipe técnica, composta por profissionais experientes na área da saúde, chegou a Boa Vista na noite de quinta-feira (30), e na sexta-feira seguiram em direção ao município de Pacaraima.
Segundo a coordenação da equipe, a intenção da visita é entender melhor como o sistema de saúde está sendo utilizado pelos migrantes. Muitos deles são venezuelanos, que vieram em busca de melhores condições de vida e, muitas vezes, precisam de atendimento médico devido à sua situação de saúde.
Comitiva do Ministério da Saúde visita instalações de acolhimento de migrantes na fronteira com a Venezuela
O grupo multidisciplinar, composto por membros das Secretarias Executiva, de Atenção Primária, de Atenção Especializada, de Vigilância em Saúde e Meio Ambiente, e da Força Nacional do SUS, esteve presente na reunião territorial entre Brasil e Venezuela para avaliar as instalações que recebem o fluxo migratório. A agenda foi realizada em Pacaraima, porta de entrada de venezuelanos no Brasil, localizada a cerca de 215 km de Boa Vista, capital do estado do Amapá.
A comitiva percorreu as instalações de vacinação e alojamento de pernoite, onde são atendidas demandas de documentação e encaminhamento a outras cidades do país. A Casa Civil e um conjunto de ministérios gerem a operação, chamada Acolhida, que foi iniciada em 2018 e oferece unidades de pronto-atendimento e toda a estrutura necessária para a devida incorporação das pessoas migrantes ao ordenamento jurídico brasileiro, como emissão do Cartão Nacional do SUS e do Cadastro de Pessoas Físicas (CPFs).
O trabalho da Acolhida é fundamental para ordenar a fronteira e acolher o migrante, destacou a assessora do gabinete da Secretaria Executiva, Luiza Calvette. O compromisso da ministra Nísia Trindade é dar respostas estruturantes à região em assistência à saúde. A passagem pelo alojamento BV-8, que leva as letras iniciais de ambos os países, causou boa impressão nos integrantes da missão do Ministério da Saúde pela organização e cuidados com as pessoas em migração.
O alojamento conta com estruturas de habitação emergencial da Acnur – a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados – e comporta até 2 mil pessoas, sendo o maior da região. Além disso, a comitiva visitou a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pacaraima, onde se reuniram com o secretário de Saúde do município, Hélder Amorim, que expôs os principais desafios da Atenção Primária à Saúde com o acréscimo dos atendimentos.
Na conversa, o gestor mencionou a complexidade em relação à Rede de Apoio Psicossocial (Raps). A consultora técnica em Saúde Mental da Força Nacional do SUS, Nicolly Magrin, explicou que o papel da FN-SUS, nesta situação, é analisar se a capacidade local responde à demanda aumentada pela população flutuante de migrantes. Na fronteira, no BV-8, por exemplo, os materiais são impressos em espanhol, o que é essencial, pois respeita a identidade das pessoas, além de favorecer a comunicação efetiva.
Além disso, Nicolly pontuou que segue analisando as demandas da Raps para melhor compreender se haverá lacunas caso ocorra a diminuição dos serviços prestados pelas unidades de pronto-atendimento e unidades de saúde da região.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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